Editores da série MOC: Antonio Carlos Buzaid - Fernando Cotait Maluf - Carlos H. Barrios

Editor-convidado: Caio Max S. Rocha Lima

Gastrintestinal

Olaparibe aprovado pela ANVISA para o tratamento de manutenção do câncer de pâncreas avançado

As mutações germinativas do gene BRCA afetam até 7% dos pacientes portadores de câncer de pâncreas. Tais alterações são classicamente caracterizadas pela sensibilidade ao tratamento com inibidores da PARP, possibilitando o desenvolvimento de terapias-alvo para essa doença. Aumentando as opções de tratamento para esse grupo selecionado de pacientes, a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou o uso de olaparibe como terapia de manutenção em pacientes com mutações germinativas de BRCA que não tenham progredido durante tratamento de primeira linha com quimioterapia baseada em platina, de acordo com os resultados do estudo de fase III POLO.

Neste estudo, 154 pacientes com adenocarcinoma de pâncreas avançado portadores de mutação germinativa no gene BRCA foram randomizados a uma razão 3:2 para receberem olaparibe ou placebo como terapia de manutenção após o tratamento com uma linha de quimioterapia baseado em platina à escolha do investigador (a maioria da população recebeu FOLFIRINOX, FOLFOX ou GEMOX). O objetivo primário do estudo foi atingido, demonstrando que o uso de olaparibe reduziu em 47% o risco relativo de progressão de doença ou morte quando comparado a placebo (HR=0,53; IC de 95%: 0,35-0,82; p=0,004), prolongando a sobrevida livre de progressão mediana de 3,8 para 7,4 meses. Dentre os objetivos secundários, a taxa de resposta objetiva no grupo de pacientes tratados com olaparibe foi 23%. Com apenas 46% dos desfechos, a análise de sobrevida global ainda é imatura. Adicionalmente, uma análise complementar do estudo demonstrou que o tratamento com olaparibe não teve impacto negativo na qualidade de vida relacionada à saúde.

O perfil de eventos adversos foi semelhante aos estudos prévios utilizando a droga, com 40% dos pacientes apresentando eventos adversos de graus maior ou igual a 3, e a taxa de descontinuação do tratamento por eventos adversos foi de 5%. A dose recomendada para o tratamento como olaparibe nesse cenário é de 300 mg administrados por via oral duas vezes ao dia.

Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida

 

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