Editores da série MOC: Antonio Carlos Buzaid - Fernando Cotait Maluf - Carlos H. Barrios

Editor-convidado: Caio Max S. Rocha Lima

Vídeo-MOC

VOLUME 13 ● NÚMERO 20

ATUALIZAÇÕES SOBRE O USO DE OLAPARIBE NO TRATAMENTO DO CÂNCER DE MAMA BRCA MUTADO – ESTUDO OLYMPIA

O tratamento adjuvante com olaparibe em pacientes com câncer de mama HER-2 negativo portadoras de mutação de BRCA1 e BRCA2 foi recentemente aprovado no Brasil pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Esta aprovação, entretanto, representa não apenas uma nova opção de tratamento nesse cenário, mas também traz novos conceitos que devem ser implementados na estratégia de rastreamento, na abordagem cirúrgica e nas recomendações de outras terapias perioperatórias do câncer de mama.

A prevalência de mutações de BRCA1/2 é sabidamente superior na doença triplo-negativa em comparação aos subtipos luminal e HER-2 positivo,1 porém a avaliação do histórico oncológico familiar e a utilização de recomendações mais amplas na indicação de testagem genética são estratégias que possibilitam identificar um maior número de pacientes possivelmente portadoras destas alterações e que devem ser pesquisadas.2–6

Uma vez que a mutação é identificada, é importante recordar os critérios de elegibilidade do estudo OlympiA, que levou à aprovação de olaparibe neste cenário, pois foram incluídas pacientes com tumores triplo-negativos que apresentassem qualquer doença residual patológica após tratamento quimioterápico neoadjuvante e aquelas com tumor primário ≥ 2 cm ou com comprometimento linfonodal axilar em caso de tratamento cirúrgico primário. No caso de tumores com receptores hormonais positivos, foram consideradas elegíveis as pacientes apresentando doença residual com CPS+EG score ≥ 3 se tivessem recebido tratamento quimioterápico neoadjuvante, ou com comprometimento de ≥ 4 linfonodos axilares naquelas submetidas a cirurgia como primeiro tratamento.

Como resultados, dados atualizados do estudo OlympiA demonstraram benefício em sobrevida livre de doença invasiva (HR=0,61; IC de 95%: 0,48-0,77), além de redução de 32% no risco de morte em favor do braço olaparibe (HR=0,68; IC de 98,5%: 0,47-0,97; p=0,009).7

Neste Vídeo-MOC, a Dra. Debora de Melo Gagliato, oncologista clínica da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, discute o impacto das mutações germinativas de BRCA1/2 no manejo do câncer de mama inicial e debate com os Drs. Fabrício Palermo Brenelli, coordenador do departamento de mastologia do Centro de Oncologia da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, e o Dr. Antonio C. Buzaid, editor do MOC, quais os impactos desta aprovação na prática clínica.

Apoio:

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Referências:

  1. Kurian AW, Abrahamse P, Bondarenko I, et al. Association of Genetic Testing Results With Mortality Among Women With Breast Cancer or Ovarian Cancer. JNCI: Journal of the National Cancer Institute. 2022;114(2):245-253. doi:10.1093/JNCI/DJAB151
  2. Kast K, Rhiem K, Wappenschmidt B, et al. Prevalence of BRCA1/2 germline mutations in 21 401 families with breast and ovarian cancer. J Med Genet. 2016;53(7):465-471. doi:10.1136/JMEDGENET-2015-103672
  3. Levy-Lahad E, Friedman E. Cancer risks among BRCA1 and BRCA2 mutation carriers. Br J Cancer. 2007;96(1):11-15. doi:10.1038/SJ.BJC.6603535
  4. Dagan E. Predominant Ashkenazi BRCA1/2 mutations in families with pancreatic cancer. Genet Test. 2008;12(2):267-271. doi:10.1089/GTE.2007.0101
  5. Yadav S, Hu C, Hart SN, et al. Evaluation of Germline Genetic Testing Criteria in a Hospital-Based Series of Women With Breast Cancer. J Clin Oncol. 2020;38(13):1409-1418. doi:10.1200/JCO.19.02190
  6. Desai N v., Yadav S, Batalini F, Couch FJ, Tung NM. Germline genetic testing in breast cancer: Rationale for the testing of all women diagnosed by the age of 60 years and for risk-based testing of those older than 60 years. Cancer. 2021;127(6):828-833. doi:10.1002/CNCR.33305
  7. Tutt ANJ, Garber J, Gelber RD, et al. VP1-2022: Pre-specified event driven analysis of Overall Survival (OS) in the OlympiA phase III trial of adjuvant olaparib (OL) in germline BRCA1/2 mutation (gBRCAm) associated breast cancer. Annals of Oncology. 2022;33(5):566-568. doi:10.1016/J.ANNONC.2022.03.008

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