Editores da série MOC: Antonio Carlos Buzaid - Fernando Cotait Maluf - Carlos H. Barrios

Editor-convidado: Caio Max S. Rocha Lima

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Imunoterapia aprovada nos EUA para o tratamento de sarcoma de partes moles

Em 09 de dezembro de 2022, o FDA (Food and Drug Administration) aprovou o imunoterápico atezolizumabe para o tratamento de pacientes adultos e pediátricos (≥ 2 anos) com diagnóstico de sarcoma alveolar de partes moles irressecável ou metastático.

A eficácia foi avaliada no estudo de braço único ML39345, que incluiu 49 pacientes com diagnóstico de sarcoma alveolar de partes moles irressecável ou metastático. A idade mediana da população foi 31 anos, sendo 2% dos pacientes com idade ≥ 65 anos e 2 pacientes pediátricos. Todos haviam sido submetidos a cirurgia previamente, 55% haviam recebido ao menos uma linha de tratamento sistêmica e 55% já haviam sido submetidos a tratamento com radioterapia.

A taxa de resposta, principal objetivo de eficácia avaliado, foi de 24%, com 67% e 42% dos pacientes mantendo respostas com duração ≥ 6 e ≥ 12 meses, respectivamente. Os eventos adversos mais frequentes foram: dor musculoesquelética, fadiga, rash cutâneo, tosse, náuseas, cefaleia, hipertensão arterial, vômitos, alterações do hábito intestinal, dispneia, vertigem, hemorragia, insônia, febre, ansiedade, dor abdominal, hipotireoidismo, redução do apetite, arritmias cardíacas, sintomas influenza-like, alterações de peso corporal e rinite alérgica.

A dose recomendada no tratamento de pacientes adultos é atezolizumabe 840 mg, via intravenosa, a cada 2 semanas, 1.200 mg a cada 3 semanas ou 1.680 mg administrados a cada 4 semanas. Na população pediátrica, a dose recomendada é 15 mg/Kg (até dose máxima de 1.200 mg) administrados a cada 3 semanas. O tratamento deve ser mantido até progressão de doença ou toxicidade limitante.

A Dra. Veridiana Pires de Camargo, oncologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, comenta “trata-se de um estudo de extrema importância em um subtipo raro de sarcoma, com apresentação predominante em jovens. É uma doença pouco responsiva à quimioterapia, porém com boa resposta a inibidor de tirosina quinase. O uso de imunoterapia combinada a inibidor de tirosina quinase já havia sido avaliado nesse subtipo em estudo fase II recente, com dados promissores. A primeira aprovação de imunoterapia em sarcomas pelo FDA merece destaque, porém o seu uso em monoterapia já se provou ineficaz em outros subtipos de sarcoma, devendo o futuro da imunoterapia nessa doença residir, provavelmente, na combinação de imunoterapia com quimioterapia ou terapia-alvo”.

Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida

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