Editores da série MOC: Antonio Carlos Buzaid - Fernando Cotait Maluf - Carlos H. Barrios

Editor-convidado: Caio Max S. Rocha Lima

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Pembrolizumabe aprovado como opção de tratamento de primeira linha no câncer de pulmão de histologia escamosa

O carcinoma de pulmão de células não pequenas (CPCNP) com histologia escamosa representa cerca de um terço dos tumores de pulmão e usualmente é associado a um prognóstico menos favorável quando comparado às histologias não escamosas. O tratamento dessa neoplasia recebeu uma nova opção terapêutica de primeira linha aprovada pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em 11 de fevereiro de 2019, através da combinação de quimioterapia baseada em carboplatina e paclitaxel/nab-paclitaxel associados ao agente imunoterápico anti-PD-1 pembrolizumabe.

Esse tratamento combinado foi avaliado no estudo clínico de fase III KEYNOTE-407 no qual 559 pacientes com CPCNP metastático com histologia escamosa sem tratamento prévio foram randomizados para receberem carboplatina + paclitaxel/nab-paclitaxel associados a pembrolizumabe ou placebo por 4 ciclos, seguidos do anticorpo anti-PD-1 ou placebo isolados por até 35 ciclos. Após um seguimento mediano de 7,8 meses, foi demonstrado benefício em sobrevida global (HR=0,64; IC de 95%: 0,49-0,85; p<0,001, com mediana de 15,9 versus 11,8 meses) em favor do tratamento combinado de quimioterapia e imunoterapia. Ademais, o tratamento com pembrolizumabe também promoveu benefício em sobrevida livre de progressão (HR=0,56; IC de 95%: 0,45-0,70; p<0,001) e taxa de resposta (57,9% versus 38,4%). A associação de pembrolizumabe ao esquema quimioterápico resultou em taxa semelhante de eventos adversos de graus igual ou superior a 3 (69,8% versus 68,2%), destacando-se a disfunção tireoidiana e a pneumonite dentre os eventos imuno-relacionados mais comuns.

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Trata-se de um regime de tratamento inovador no cenário do câncer de pulmão de histologia escamosa, com resultados muito impressionantes e inéditos quanto à sobrevida, taxa de resposta e qualidade de vida dos pacientes”, ressalta a Dra. Carolina Kawamura Haddad, oncologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

O estudo KEYNOTE-407 comprovou que a adição de pembrolizumabe a carboplatina e paclitaxel ou nab-paclitaxel é mais eficaz do que a quimioterapia convencional, independente do nível de expressão de PDL-1, e sem comprometer a qualidade de vida dos pacientes. Este grande avanço consolida um novo padrão de tratamento em câncer de pulmão escamoso”, conclui.

Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida

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