Editores da série MOC: Antonio Carlos Buzaid - Fernando Cotait Maluf - Carlos H. Barrios

Editor-convidado: Caio Max S. Rocha Lima

Leucemias

Novas atualizações no Rol de Procedimentos da ANS

Em 30 de maio de 2022, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) atualizou novamente o seu Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, com a inclusão de novos medicamentos para o tratamento de neoplasias sólidas e hematológicas.

Os agentes anti-hormonais apalutamida e enzalutamida foram aprovados para o tratamento do câncer de próstata metastático sensível à castração, lorlatinibe foi aprovado para o tratamento de primeira linha do câncer de pulmão de células não pequenas localmente avançado ou metastático com mutação de ALK e acalabrutinibe foi aprovado em três diferentes cenários: no tratamento da leucemia linfocítica crônica/linfoma linfocítico de pequenas células, seja na primeira linha ou na doença refratária ou recidivada, e no tratamento de pacientes com linfoma de células do manto que receberam pelo menos uma terapia anterior.

As indicações aprovadas do uso de apalutamida e enzalutamida derivam dos estudos TITAN, ARCHES e ENZAMET.

No estudo TITAN, 525 pacientes foram randomizados para receber apalutamida ou placebo associados a terapia de supressão androgênica como tratamento de primeira linha do câncer de próstata metastático sensível a castração.O tratamento com apalutamida foi associado a redução de 33% no risco relativo de morte (HR=0,67; IC de 95%: 0,51-0,89; p = 0,005), um dos objetivos principais do estudo, quando comparado à terapia de supressão androgênica isolada.

Enzalutamida foi avaliada em 1.150 pacientes no estudo ARCHES e em 1.125 pacientes no estudo ENZAMET, no mesmo cenário, em comparação à terapia de privação androgênica, demonstrando também benefício em sobrevida global em ambos os estudos (HR=0,66; IC de 95%: 0,53-0,81; p<0,0001 e HR=0,67; IC de 95%: 0,52-0,86; p=0,002, respectivamente).

Lorlatinibe demonstrou benefício no tratamento de primeira linha do câncer de pulmão metastático com mutação de ALK no estudo CROWN, com redução de 72% no risco de progressão de doença ou morte (HR=0,28; IC de 95%: 0,19-0,41; p<0,001), objetivo primário do estudo, quando comparadacom crizotinibe.

O uso de acalabrutinibe no tratamento de linfoma de células do manto foi avaliado em 124 pacientes no estudo ACE-LY-004, demonstrando taxa de resposta global de 80,6%, com 63,3% dos pacientes mantendo respostas pelo período mínimo de 18 meses.

Já no tratamento da leucemia linfocítica crônica/linfoma linfocítico de pequenas células, o tratamento de primeira linha com acalabrutinibe foi avaliado no estudo ELEVATE-TN em dois diferentes regimes: combinado a obinutuzumabe ou em monoterapia, comparados a obinutuzumabe e clorambucila. A combinação de acalabrutinibe e obinutuzumabe demonstrou benefício em sobrevida livre de progressão (HR=0,10; IC de 95%: 0,06-0,17; p<0,0001), assim como o tratamento com acalabrutinibe monoterapia (HR=0,20; IC de 95%: 0,13-0,30; p<0,0001) quando comparados ao braço controle. No cenário da doença refratária, o tratamento com acalabrutinibe em monoterapia também demonstrou benefício em sobrevida livre de progressão (HR=0,31; IC de 95%: 0,20-0,49; p<0,0001) quando comparado ao tratamento à escolha do investigador (idelalisibe e rituximabe ou bendamustina e rituxumabe) no estudo ASCEND.

Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida

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