Editores da série MOC: Antonio Carlos Buzaid - Fernando Cotait Maluf - Carlos H. Barrios

Editor-convidado: Caio Max S. Rocha Lima

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Imunoterapia aprovada no tratamento inicial do câncer de pulmão de células pequenas nos EUA

O câncer de pulmão de células pequenas corresponde a aproximadamente 15% das neoplasias do pulmão. Caracteristicamente esse tumor acomete pacientes tabagistas e é associado a um prognóstico menos favorável em relação às demais histologias, com sobrevida mediana estimada entre 7 a 11 meses de acordo com dados de registro populacionais. Frente esse cenário e baseado nos dados do estudo randomizado de fase III IMpower133, o FDA (Food and Drug Administration) aprovou em 19 de março de 2019 o tratamento combinado de quimioterapia baseada em carboplatina e etoposídeo associada ao anticorpo anti-PDL-1 atezolizumabe para o tratamento de primeira linha dos pacientes portadores de carcinoma de pulmão de células pequenas com doença extensa.

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Nesse estudo, 403 pacientes portadores de câncer de pulmão histologia células pequenas com doença extensa foram randomizados 1:1 para receberem como tratamento de primeira linha o regime de quimioterapia contendo carboplatina e etoposídeo associado a atezolizumabe ou placebo. A inclusão de pacientes com metástases no sistema nervoso central era permitida desde que tratadas e na ausência de sintomas, subgrupo esse que correspondia a cerca de 8% dos pacientes em cada braço. Após um seguimento mediano de 13,9 meses, o tratamento combinado de quimioterapia associado a atezolizumabe promoveu uma redução relativa de 30% no risco de morte quando comparado ao braço controle de tratamento (HR=0,7; IC de 95%: 0,54-0,91; p=0,007), benefício demonstrado pelo aumento da sobrevida global mediana de 10,3 para 12,3 meses. A adição de atezolizumabe ao tratamento também foi associado a um aumento na sobrevida livre de progressão (HR=0,77; IC de 95%: 0,62-0,96; p=0,02). As análises de segurança demonstraram uma taxa de eventos adversos de graus igual ou maior a 3 da ordem de 58,1% no tratamento combinado versus 57,7% no braço de tratamento padrão, destacando-se como eventos adversos mais comuns neutropenia e anemia, além rash cutâneo e hipotireoidismo.

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De acordo com o Dr. William William, oncologista e diretor médico da Oncologia Clínica e Hematologia do Centro Oncológico da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, “por décadas esperamos por algum avanço no tratamento sistêmico do câncer de pulmão de células pequenas doença extensa. Os resultados do estudo IMpower133 demonstram um benefício real e clinicamente significativo para os pacientes e posicionam a combinação de quimioterapia e atezolizumabe como o novo tratamento padrão neste contexto”.

Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida

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