Uso do bevacizumabe no tratamento do câncer de ovário não aumentou a sobrevida global – Resultados do estudo ICON-7

A adição de bevacizumabe a quimioterapia não melhorou a sobrevida global em pacientes com câncer de ovário. Porém, foi observado benefício em pacientes sintomáticas, com doença avançada. O estudo ICON-7 foi publicado recentemente na revista The Lancet Oncology.

O estudo envolveu 1.528 mulheres que foram randomizadas para receber quimioterapia (n=764; carboplatina + paclitaxel) ou o mesmo regime associado ao bevacizumabe (n=764).

Os resultados encontrados foram:
A sobrevida global mediana foi de 58,0 meses no grupo bevacizumabe versus 58,6 meses no grupo de quimioterapia isolada. Considerando apenas as pacientes com doença avançada (502 pacientes), a sobrevida global mediana foi de 39,7 no grupo bevacizumabe versus 30,2 meses no grupo que recebeu quimioterapia isolada.

Os investigadores concluíram que o bevacizumabe adicionado à quimioterapia baseada em platina, não aumentou a sobrevida global na população estudada como um todo. No entanto, foi registrado um benefício de sobrevida global em pacientes com pior prognóstico, o que é concordante com os resultados de sobrevida livre de progressão do ICON-7 e GOG-218, o que fornece mais provas para a utilização otimizada do bevacizumabe no tratamento do câncer de ovário.

Referência
Oza AM, Cook AD, Pfisterer J, et al. Standard chemotherapy with or without bevacizumab for women with newly diagnosed ovarian cancer (ICON7): overall survival results of a phase 3 randomised trial. Lancet Oncol 2015, Epub ahead of print, Jun 23.

Raphael Brandão
Ex-residente chefe do Centro Oncológico Antônio Ermírio de Moraes da Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Antonio Carlos Buzaid
Chefe geral do Centro Oncológico Antônio Ermírio de Moraes da Beneficência Portuguesa de São Paulo.