Editores da série MOC: Antonio Carlos Buzaid - Fernando Cotait Maluf - Carlos H. Barrios

Editor-convidado: Caio Max S. Rocha Lima

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Terapia-alvo é aprovada para o tratamento do câncer de vias biliares nos EUA

As alterações do IDH1 estão presentes em até 20% dos colangiocarcinomas intra-hepáticos, tornando esta via atrativa no desenvolvimento de terapias-alvo para esta doença. Corroborando estes dados, o FDA (Food and Drug Administration) aprovou em 25 de agosto de 2021 o inibidor de IDH1 ivosidenibe para o tratamento de pacientes portadores de colangiocarcinoma localmente avançado ou metastático previamente tratado com quimioterapia padrão, com mutação de IDH1, baseado nos resultados do estudo ClarIDHy.

Neste estudo, 185 pacientes portadores de colangiocarcinoma localmente avançado ou metastático com mutação de IDH1, previamente expostos a 1 ou 2 regimes terapêuticos prévios contendo gencitabina ou fluoropirimidina foram randomizados entre ivosidenibe ou placebo. Destaca-se que o cross over foi permitido após progressão de doença no braço placebo. Dentre a população incluída, 47% apresentavam história prévia de exposição a 2 regimes de tratamento, a maioria dos pacientes tinha o diagnóstico de colangiocarcinoma intra-hepático (91%) e 92% apresentavam doença metastática. As mutações de IDH1 mais frequentes foram R132C (70%), R132L (15%) e R132G (12%).

O estudo atingiu seu objetivo primário, com sobrevida livre de progressão de 2,7 versus 1,4 meses em favor do braço experimental (HR=0,37; IC de 95%: 0,25-0,54; p<0,0001). A taxa de resposta a ivosidenibe foi 2,4%. A avaliação de sobrevida global não demonstrou significância estatística entre os braços, apesar de numericamente superior no braço de ivosidenibe (medianas de 10,3 versus 7,5 meses; HR=0,79; IC de 95%: 0,56-1,12; p=0,093), destacando-se que o cross over ocorreu em 70% dos pacientes do braço placebo. As toxicidades mais frequentes à terapia-alvo foram fadiga, náuseas, dor abdominal, diarreia, tosse e redução do apetite, e os eventos adversos graves ocorreram em 34% dos pacientes. Deve-se tomar cuidados especiais na administração concomitante de ivosidenibe com outras drogas que possam cursar com aumento do intervalo QTc.

A dose de tratamento recomendada é ivosidenibe 500 mg, via oral, uma vez ao dia, podendo ser ingerido com ou sem alimentos.

Com estes dados, os colangiocarcinomas entram de vez na era da medicina personalizada. Os resultados de sobrevida impressionam para esta população de pacientes exposta a tratamentos prévios, com um bom perfil de segurança e baixa toxicidade”, completou Dr. Lucas V. dos Santos, médico oncologista da BP, a Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida

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