Editores da série MOC: Antonio Carlos Buzaid - Fernando Cotait Maluf - Carlos H. Barrios

Editor-convidado: Caio Max S. Rocha Lima

Diversos

ASCO guideline para o manejo de fadiga em pacientes oncológicos

A fadiga é prevalente em sobreviventes de câncer e, muitas vezes, provoca perturbações significativas na qualidade de vida dos pacientes. A maioria dos pacientes com câncer experimenta algum nível de fadiga durante o curso do tratamento e, aproximadamente, 30% sofrem de fadiga persistente durante anos após o tratamento. A fadiga é um dos efeitos mais comuns e angustiantes a longo prazo do tratamento do câncer, por isso afeta significativamente a qualidade de vida do paciente. Tendo isso em vista, a ASCO publicou um guideline sobre rastreio, avaliação e cuidados da fadiga em pacientes oncológicos.

Abaixo, um resumo das recomendações da diretriz:

  • Triagem: todos os profissionais de saúde devem rotineiramente realizar a triagem para fadiga em todos os pacientes oncológicos a partir do diagnóstico inicial.
  • Fatores desencadeantes: todos os fatores que podem levar à fadiga devem ser abordados, entre eles, dor, depressão, ansiedade, estresse, distúrbios do sono, déficit nutricional, anemia e efeitos adversos dos medicamentos.
  • Atividades físicas: todos os pacientes devem ser encorajados a realizar, sob supervisão, um nível moderado de atividade física. Um exemplo é praticar 150 minutos por semana de exercício aeróbico moderado, como caminhada rápida, ciclismo ou natação, com 2-3 dias de treinamento de força adicional, a menos que contraindicado.
  • Efeitos adversos: os pacientes com neuropatia, cardiopatia ou outros efeitos adversos desenvolvidos após tratamento oncológico devem ser encaminhados para um profissional da saúde habilitado a supervisionar os exercícios.
  • Intervenções psicossociais: iniciativas como terapia cognitivo-comportamental/terapia comportamental podem reduzir a fadiga relacionada ao câncer.
  • Abordagens alternativas: existem evidências de que metodologias alternativas, como ioga, acupuntura, massagem, musicoterapia, relaxamento e reiki podem reduzir a fadiga em sobreviventes de câncer.
  • Intervenções farmacológicas: há evidências de que psicoestimulantes, como metilfenidato e modafinil podem ser eficazes na gestão da fadiga em pacientes oncológicos. Existe ainda evidência limitada da eficácia na redução da fadiga em pacientes que estão atualmente livres da doença após o tratamento adjuvante.
  • Suplementos: pequenos estudos têm avaliado o impacto de suplementos, como ginseng, vitamina D e guaraná sobre a fadiga relacionada ao câncer, mas, por enquanto, não há evidências consistentes da eficácia destes ou de outros suplementos.

Referência:
Bower JE, Bak K, Berger A, et al. Screening, Assessment, and Management of Fatigue in Adult Survivors of Cancer: An American Society of Clinical Oncology Clinical Practice Guideline Adaptation. J Clin Oncol 2014; Epub ahead of print, Apr 14.

Antonio Carlos Buzaid
Chefe Geral do Centro Oncológico Antônio Ermírio de Moraes da Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Raphael Brandão Moreira
Médico Residente de Oncologia Clínica do Centro Oncológico Antônio Ermírio de Moraes da Beneficência Portuguesa de São Paulo.

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