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VOLUME 14 ● NÚMERO 12
ATUALIZAÇÃO DE SOBREVIDA GLOBAL DOS ESTUDOS SOLO-1 (7 ANOS) E PAOLA-1 (5 ANOS)
A evolução do tratamento do câncer de ovário nas últimas décadas tem transformado a história natural dessa doença, possibilitando às pacientes uma sobrevida de longo prazo muito maior com a introdução das novas modalidades terapêuticas, incluindo as pacientes que se apresentam com doença avançada.1
As atualizações dos estudos SOLO-1 e PAOLA-1 reforçam a necessidade da investigação das mutações de BRCA e da avaliação do status de HRD nesse cenário, uma vez que cerca de metade das pacientes irá apresentar alteração em algum desses testes, resultando na definição do melhor esquema terapêutico de primeira linha: olaparibe de manutenção ou a combinação de bevacizumabe à quimioterapia, seguida de manutenção de olaparibe com bevacizumabe.
Corroborando essa estratégia, no estudo SOLO-1, o tratamento de manutenção com olaparibe em pacientes apresentando mutações de BRCA com resposta parcial ou completa a quimioterapia de primeira linha baseada em platina demonstra taxa de sobrevida global aos 7 anos de 67% versus 46,5% (HR=0,55; IC de 95%: 0,40-0,76; p=0,0004), dados com alta relevância clínica, ainda que não tenham atingido significância estatística até o momento pela imaturidade da análise.2,3
Já no estudo PAOLA-1, a adição de bevacizumabe e olaparibe de manutenção ao tratamento de primeira linha em pacientes com ausência de progressão a quimioterapia baseada em platina demonstrou importante benefício em sobrevida livre de progressão na população com status de HRD positivo (HR=0,41; IC de 95%: 0,32-0,54), além de dados consistentes em favor de bevacizumabe e olaparibe nas análises de subgrupo conduzidas, independente dos subgrupos de risco apresentado, do momento da cirurgia de citorredução ou da presença ou não de doença macroscópica residual.4–6
A Dra. Graziela Zibetti Dal Molin, oncologista clínica da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, apresenta neste Vídeo-MOC uma ampla revisão sobre o tratamento de primeira linha do câncer de ovário avançado e participa de uma discussão com o Dr. Antonio C. Buzaid, oncologista clínico e editor do MOC, sobre como incorporar esses resultados atualizados de eficácia e segurança na prática clínica.
Apoio:
Referências:
- Howlander N, Noone A, Krapcho M, et al. Ovary, SEER Cancer Statistics Review, 1975-2018. Natl Cancer Inst. Published online 2020. https://seer.cancer.gov/csr/1975_2018
- Moore K, Colombo N, Scambia G, et al. Maintenance Olaparib in Patients with Newly Diagnosed Advanced Ovarian Cancer. N Engl J Med. 2018;379(26):2495-2505. doi:10.1056/NEJMoa1810858
- DiSilvestro P, Banerjee S, Colombo N, et al. Overall Survival With Maintenance Olaparib at a 7-Year Follow-Up in Patients With Newly Diagnosed Advanced Ovarian Cancer and a BRCA Mutation: The SOLO1/GOG 3004 Trial. J Clin Oncol Off J Am Soc Clin Oncol. 2023;41(3):609-617. doi:10.1200/JCO.22.01549
- Ray-Coquard I, Pautier P, Pignata S, et al. Olaparib plus Bevacizumab as First-Line Maintenance in Ovarian Cancer. N Engl J Med. 2019;381(25):2416-2428. doi:10.1056/NEJMoa1911361
- González-Martín A, Desauw C, Heitz F, et al. Maintenance olaparib plus bevacizumab in patients with newly diagnosed advanced high-grade ovarian cancer: Main analysis of second progression-free survival in the phase III PAOLA-1/ENGOT-ov25 trial. Eur J Cancer Oxf Engl 1990. 2022;174:221-231. doi:10.1016/j.ejca.2022.07.022
- Lorusso D, Mouret-Reynier MA, Harter P, et al. 32O 5-year (y) overall survival (OS) with maintenance olaparib (ola) plus bevacizumab (bev) by clinical risk in patients (pts) with newly diagnosed advanced ovarian cancer (AOC) in the phase III PAOLA-1/ENGOT-ov25 trial. ESMO Open. 2023;8(1):100812. doi:10.1016/j.esmoop.2023.100812
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