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Editor-convidado: Caio Max S. Rocha Lima

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Tratamento adjuvante com terapia-alvo é aprovado para o câncer de pulmão nos EUA

O FDA (Food and Drug Administration) aprovou em 18 de dezembro o uso do inibidor de EGFR osimertinibe para o tratamento adjuvante de pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas completamente ressecado cujo tumor apresente mutação de EGFR dos tipos deleção do éxon 19 ou mutação L858R do éxon 21.

A eficácia do uso de osimertinibe nesse cenário foi avaliada no estudo de fase III ADAURA, que randomizou 682 pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas estádios IB a IIIA completamente ressecado com mutação de EGFR (deleção do éxon 19 ou mutação L858R) entre osimertinibe ou placebo como tratamento adjuvante após a cirurgia e a quimioterapia, quando clinicamente indicada. A mediana de sobrevida livre de doença nos pacientes com doença estádios II a IIIA, objetivo primário do estudo, não foi alcançada no braço osimertinibe. No braço placebo, o resultado foi de 19,6 meses  (HR=0,17; IC de 95%: 0,12-0,23; p<0,0001). Adicionalmente, quando toda a população incluída no estudo foi avaliada, houve também importante benefício em sobrevida livre de doença em favor do braço osimertinibe (HR=0,20; IC de 95%: 0,15-0,27; p<0,0001). A avaliação de segurança demonstrou um perfil de toxicidades compatível com o uso de osimertinibe em outros cenários.

A dose recomendada de tratamento é osimertinibe 80 mg, via oral, uma vez ao dia durante 3 anos ou até recorrência de doença ou toxicidade limitante, caso ocorram.

A Dra. Carolina Kawamura Haddad, oncologista clínica da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, destaca que “o estudo ADAURA traz uma nova perspectiva no tratamento adjuvante de câncer de pulmão não pequenas células com mutação EGFR. Embora os dados de sobrevida global ainda sejam muito pouco maduros, o ganho substancial de sobrevida livre de doença tem relevância clínica sem precedentes. Além do mais, a sobrevida livre de recorrência em sistema nervoso central foi altamente significativa, com redução deste risco de 82%. O uso de osimertinibe adjuvante, após cirurgia completa e quimioterapia, quando indicada, é o novo padrão-ouro de tratamento para o câncer de pulmão com mutação do EGFR. A partir de agora, este tipo de avaliação molecular deve ser incluído também na doença inicial”.

Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida

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