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ANVISA aprova novo tratamento para o câncer de pulmão de células pequenas refratário
A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou, em 18 de novembro de 2024, o uso de tarlatamabe para o tratamento de pacientes com câncer de pulmão de células pequenas com doença extensa após progressão à quimioterapia baseada em platina. Trata-se de um engajador de células T biespecífico (BiTE), direcionado ao DLL3, uma proteína altamente expressa nas células neoplásicas de origem neuroendócrina.
A eficácia de tarlatamabe foi avaliada em 99 pacientes com câncer de pulmão de células pequenas com doença extensa recidivado ou refratário com progressão da doença após quimioterapia à base de platina no estudo DeLLphi-301. Importante destacar que foram excluídos pacientes com metástases cerebrais sintomáticas, doença pulmonar intersticial ou pneumonite não infecciosa, e imunodeficiência ativa. Dentre a população incluída, a idade mediana foi 64 anos, 48% possuíam ≥ 65 anos e 10% tinham ≥ 75 anos. Noventa e sete por cento possuíam doença metastática, 22% possuíam metástases cerebrais e 92% eram tabagistas ativos ou prévios. Todos os pacientes já haviam recebido quimioterapia baseada em platina, 74% já haviam recebido um agente anti-PD-(L)1 (incluindo 59% que receberam tratamento com imunoterapia combinada a quimioterapia), 51% receberam inibidor de topoisomerase I, 27% possuíam doença platino-refratária (definida com progressão de doença em < 90 dias após tratamento de primeira linha com platina), enquanto 42% possuíam doença platino-sensível.
A taxa de resposta foi 40%, com duração mediana de resposta de 9,7 meses e duração de resposta ≥ 12 meses em 40% dos respondedores. Dentre os pacientes com dados disponíveis sobre o status de sensibilidade à platina, a taxa de resposta foi de 52% em pacientes com doença resistente à platina e 31% naqueles com doença platino-sensível. É importante destacar que o tratamento com tarlatamabe possui risco de eventos adversos específicos da classe, tais como: síndrome de liberação de citocinas e toxicidade neurológica, incluindo síndrome de neurotoxicidade associada a células efetoras imunes. Os eventos adversos mais prevalentes (> 20%) foram: síndrome de liberação de citocinas, fadiga, febre, disgeusia, redução do apetite, dor musculoesquelética, constipação, anemia e náuseas.
Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida
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