Editores da série MOC: Antonio Carlos Buzaid - Fernando Cotait Maluf - Carlos H. Barrios

Editor-convidado: Caio Max S. Rocha Lima

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Terapia inovadora é aprovada para o tratamento do câncer de pulmão de células pequenas refratário nos EUA

Em 16 de maio de 2024, o Food and Drug Administration (FDA) concedeu aprovação acelerada a tarlatamabe para o tratamento de pacientes com câncer de pulmão de células pequenas com doença extensa após progressão à quimioterapia baseada em platina.

Tarlatamabe representa um tipo novo de imunoterapia conhecida como engajador de células T biespecífico (BiTE). Esses medicamentos têm dois braços que se ligam simultaneamente às células tumorais e às células T do sistema imunológico, aproximando-as para que as células T reconheçam e destruam as células neoplásicas. No caso de tarlatamabe, especificamente, sua ligação é direcionada ao DLL3, uma proteína altamente expressa nas células neoplásicas de origem neuroendócrina.

A eficácia de tarlatamabe foi avaliada em 99 pacientes com câncer de pulmão de células pequenas com doença extensa recidivado ou refratário com progressão da doença após quimioterapia à base de platina no estudo DeLLphi-301. Importante destacar que foram excluídos pacientes com metástases cerebrais sintomáticas, doença pulmonar intersticial ou pneumonite não infecciosa, e imunodeficiência ativa. Dentre a população incluída, a idade mediana foi 64 anos, 48% tinham ≥ 65 anos e 10% tinham ≥ 75 anos. Noventa e sete por cento possuíam doença metastática, 22% possuíam metástases cerebrais e 92% eram tabagistas ativos ou prévios. Todos os pacientes já haviam recebido quimioterapia baseada em platina, 74% já haviam recebido um agente anti-PD-(L)1 (incluindo 59% que receberam tratamento com imunoterapia combinada a quimioterapia), 51% receberam inibidor de topoisomerase I, 27% possuíam doença platino-refratária (definida com progressão de doença em < 90 dias após tratamento de primeira linha com platina), enquanto 42% possuíam doença platino-sensível.

A taxa de resposta foi 40%, com duração mediana de resposta de 9,7 meses e duração de resposta ≥ 12 meses em 40% dos respondedores. Dentre os pacientes com dados disponíveis sobre o status de sensibilidade à platina, a taxa de resposta foi de 52% em pacientes com doença resistente à platina e 31% naqueles com doença platino-sensível. A bula de tarlatamabe inclui um aviso sobre o risco de síndrome de liberação de citocinas grave ou com risco de vida e toxicidade neurológica, incluindo síndrome de neurotoxicidade associada a células efetoras imunes. Os eventos adversos mais prevalentes (> 20%) foram: síndrome de liberação de citocinas, fadiga, febre, disgeusia, redução do apetite, dor musculoesquelética, constipação, anemia e náuseas.

Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida

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