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Duração do tratamento adjuvante com trastuzumabe para pacientes com câncer de mama HER2-positivo
A administração por 1 ano de trastuzumabe adjuvante tem sido o tratamento padrão para as pacientes com câncer de mama HER-2 positivo. Os resultados iniciais do estudo HERA 1, um estudo de fase III , randomizado mostrou que o tratamento adjuvante com trastuzumabe por 1 ano após tratamento neoadjuvante, ou adjuvante ao tratamento quimioterápico padrão, proporcionou ganho em sobrevida global (SG).
Sabemos que trastuzumabe adjuvante por 6 meses apresenta resultados inferiores ao uso de trastuzumabe por 1 ano. Logo, um estudo de fase III recente foi realizado com o objetivo de avaliar se o tratamento por 2 anos apresentaria melhores resultados que 1 ano de trastuzumabe. Após um seguimento médio de 8 anos, os pacientes foram randomizados para observação por 1 ou 2 anos de trastuzumabe. O endpoint primário foi sobrevida livre de progressão (SLP).
O s resultados encontrados foram:
- Não houve diferença de SLP entre os pacientes que receberam trastuzumabe por 1 ou 2 anos;
- A toxicidade grau 3 ou 4, foi mais comum nos pacientes que receberam trastuzumabe por 2 anos (20,4 versus 16,3%) e houve diminuição na fração de ejeção do ventrículo esquerdo maior no grupo que recebeu trastuzumabe por 2 anos (7,2 versus 4,1%).
- Apesar da escolha da duração do trastuzumabe adjuvante por 1 ano ter sido escolhida arbitrariamente, os resultados deste estudo não mostraram qualquer vantagem nos períodos mais longos, portanto o tratamento padrão na prática clínica permanece trastuzumabe adjuvante por 1 ano.
Referências:
Goldhirsch A et al. 2 years versus 1 year of adjuvant trastuzumab for HER2-positive breast cancer (HERA): an open-label,randomised controlled trial. Lancet 382:1021-8, 2013.
Pivot X et al. 6 months versus 12 months of adjuvant trastuzumab for patients with HER2-positive early breast cancer (PHARE): a randomised phase 3 trial. Lancet Oncol 14:741-8, 2013.
Joensuu H. Duration of adjuvant trastuzumab: Shorter beats longer. Lancet 382:1010-1, 2013.
Raphael Brandão
(Médico Residente de Oncologia do Hospital São José – Beneficência Portuguesa de São Paulo)