Editores da série MOC: Antonio Carlos Buzaid - Fernando Cotait Maluf - Carlos H. Barrios

Editor-convidado: Caio Max S. Rocha Lima

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Olaparibe é incluído no Rol da ANS em duas diferentes indicações

O Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) foi atualizado no dia 30 de agosto de 2022 com a inclusão do inibidor da PARP olaparibe para o tratamento do câncer de ovário como cobertura obrigatória no âmbito da saúde suplementar. Foram incluídas no Rol as indicações do uso de olaparibe em pacientes com câncer de ovário de alto grau avançado com mutação de BRCA em estratégia de manutenção após apresentar resposta (completa ou parcial) à quimioterapia baseada em platina e na doença recidivada sensível a platina. Adicionalmente, também foi incluída no Rol a testagem somática para mutações de BRCA1 e BRCA2.

A indicação de tratamento nas pacientes com doença recidivada se baseia nos dados do estudo SOLO-2, que randomizou 295 pacientes com doença recorrente sensível a platina expostas previamente a pelo menos dois regimes quimioterápicos baseados em platina entre olaparibe ou placebo. Nos dados atualizados do estudo, após seguimento por cerca de 65 meses, o tratamento com olaparibe resultou em sobrevida global mediana de 51,7 meses, enquanto este desfecho foi de 38,8 meses no braço placebo (HR=0,74; IC de 95%: 0,54-1,00; p=0,054), destacando-se que 38% das pacientes do braço placebo receberam tratamento com um inibidor da PARP subsequentemente.

No cenário de primeira linha da doença avançada, o tratamento de manutenção com olaparibe durante 2 anos foi avaliado no estudo SOLO-1, que randomizou 391 pacientes entre o inibidor da PARP ou placebo após resposta (parcial ou completa) ao tratamento inicial com quimioterapia baseada em platina. Com um seguimento mediano de aproximadamente 5 anos, a análise post-hoc da sobrevida livre de progressão, objetivo primário do estudo, demonstrou mediana de 56 meses para o inibidor da PARP versus 13,8 meses para placebo (HR=0,33; IC de 95%: 0,25-0,43).

Conforme destaca a Dra. Juliana Martins Pimenta, oncologista clínica da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo: “trata-se de um grande avanço para as nossas pacientes, facilitando assim o acesso a essa importante medicação que pode beneficiar um número grande de pacientes com câncer de ovário. O uso das medicações da classe dos inibidores da PARP tem demonstrado benefício em vários estudos, principalmente em pacientes com mutação de BRCA, além de benefício também importante, mas em proporção um pouco menor, nas pacientes com deficiência de recombinação homóloga sem mutação de BRCA. Portanto, aproximadamente 50% das pacientes com diagnóstico de câncer de ovário têm sido beneficiadas. Na ESMO 2022, foi apresentada a atualização dos dados de sobrevida global do estudo SOLO-1, que avaliou o uso de olaparibe de manutenção por 2 anos em pacientes com mutação de BRCA após resposta a platina no tratamento inicial. Com seguimento de 7 anos, houve um aumento clinicamente significativo na sobrevida global em relação ao braço placebo (apesar de não atingir significância pelos critérios estatísticos previamente estabelecidos pelo estudo), com 67% das pacientes vivas no braço olaparibe versus 46,5% das pacientes no braço placebo”.

Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida

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