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[ASCO 2014] Sábado (31/05) – Câncer Ginecológico
Apoio:
Qualidade de vida em pacientes com mutação no BRCA1 e BRCA2 submetidas a salpigo-ooforectomia redutora de risco
O estudo avaliou 637 pacientes com mutações nos genes BRCA1 ou BRCA2 submetidas a salpingo-oforectomia profilática.
A mediana de idade foi de 47 anos, sendo a mediana de 45 anos à época da cirurgia. Cerca de 43% dessas pacientes tinham história prévia de câncer (87% de câncer de mama), e 27% faziam uso de terapia de reposição hormonal. Osteopenia/osteoporose foi diagnosticada em 32% e depressão em 36% das mulheres.
O estudo demonstrou redução de qualidade de vida na maioria das mulheres estudadas, detectada por escores subótimos nos questionários aplicados. Aproximadamente 60% das pacientes reportaram redução de função cognitiva executiva (questionário BADDS), 57% sintomas menopausais (Greene), 73% disfunção sexual (FSFI), 61% disfunção do sono (PSQI) e 56% sintomas de stress (PSS). Apenas nos questionários de ansiedade (HADS-A) e depressão (HADS-D), os escores baixos foram detectados numa minoria das pacientes (16% e 15%, respectivamente).
Os seguintes fatores foram relacionados com piora dos sintomas de qualidade de vida: idades mais precoces no momento da cirurgia (p<0,04), menor nível educacional (ensino médio ou inferior, p<0,02) e estado civil solteira (p<0,01).
Assim, a salpingo-oforectomia profilática em portadoras de mutação nos genes BRCA1 ou BRCA2 determina um impacto negativo na qualidade de vida da maioria das mulheres. Conhecer os efeitos negativos a longo prazo e detectar as pacientes com maior propensão a eles é importante para manejá-los de forma adequada, evitando significativas reduções na qualidade de vida.
Referência:
Susan M. Domchek, Jiaqi Li, Laura Digiovanni, et al. Quality of life in BRCA1 and BRCA2 mutation carriers (B1/2) following risk-reducing salpingo-oophorectomy (RRSO). J Clin Oncol 32 (suppl):abstr 1508, 2014.
EQUIPE MOC
MITO-11: Um estudo randomizado multicêntrico de fase II que estudou a adição de pazopanibe ao paclitaxel semanal no câncer de ovário avançado resistente à platina (CORP)
Tipo: Sessão Abstrata Oral
Horário: Sábado 31 Maio, 13:15-16:15
Autor(es): Sandro Pignata, Domenica Lorusso, Giovanni Scambia, et al.
Resumo:
Pacientes com câncer de ovário avançado com doença em progressão < 6 meses a partir da última quimioterapia (QT) à base de platina, com idade ≤ 75, ECOG PS 0-1 foram elegíveis para um estudo randomizado de fase II estudo comparativo de paclitaxel semanal (PS, 80 mg/m² dd 1, 8, 15, 28q ) versus PS+P (PS + pazopanibe 800 mg/dia). O endpoint primário foi a sobrevida livre de progressão (SLP).
Resultados:
74 pacientes, 37 em cada braço, foram inscritos por 11 centros. A idade média foi de 57 anos. A SLP mediana foi de 3,5 meses (IC de 95%: 2,0-5,7) com o PS e 6,3 meses (IC de 95%: 5,4-11,0) com PS+P; p=0,0008; HR=0,45 (IC de 95%: 27-0,75). Sobrevida global (SG) mediana foi de 14,8 meses (IC de 95%: 9,1-NA) com o PS e 18,7 meses (IC de 95%: 11,5-NA) com PS+P; p=0,07; HR=0,60 (IC de 95%: 0,30-1,21).
Eventos Adversos:
Neutropenia (Wilcoxon-Mann-Whitney exata teste p=0,0007), hipertensão (p<0,0001), diarreia (p=0,0002), mucosite (p=0,0007), AST/ALT (0,019), neuropatia sensorial (p=0,025), e outros eventos neurológicos (p=0,023) foram mais frequentes e mais graves com pazopanibe. Qualquer grau 3-4 toxicidade ocorreu em 8 (22%) pacientes com o PS e 20 (54%) com a PS+P (qui-quadrado p=0,0052).
Conclusões:
A adição de pazopanibe ao paclitaxel seminal no tratamento de pacientes com câncer de ovário avançado resistente à platina pode produzir um prolongamento significativo do SLP e SG.
Referência:
Sandro Pignata, Domenica Lorusso, Giovanni Scambia, et al. MITO-11: A randomized multicenter phase II trial testing the addition of pazopanib to weekly paclitaxel in platinum-resistant or -refractory advanced ovarian cancer (AOC). J Clin Oncol 32 (suppl):abstr 5503^.
EQUIPE MOC