Editores da série MOC: Antonio Carlos Buzaid - Fernando Cotait Maluf - Carlos H. Barrios

Editor-convidado: Caio Max S. Rocha Lima

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Nova opção de tratamento de primeira linha é aprovada para o carcinoma de células renais nos EUA

As opções terapêuticas para o tratamento do carcinoma de células renais têm aumentado nos últimos anos tanto pela aprovação de novos inibidores de tirosina quinase quanto pela aprovação do uso de inibidores de checkpoint. Inicialmente, as aprovações ocorreram no cenário de segunda ou mais linhas naqueles pacientes que apresentaram progressão a sunitinibe ou pazopanibe. Mais recentemente, o tratamento de primeira linha também vem sendo modificado, a partir da aprovação do tratamento com nivolumabe + ipilimumabe (CheckMate 214) para os pacientes com risco intermediário/desfavorável, e agora, com a aprovação do tratamento combinado de pembrolizumbe + axitinibe, divulgada pelo FDA (Food and Drug Administration) em 19 de abril de 2019.

Essa aprovação é baseada nos dados do estudo fase III KEYNOTE-426, que randomizou 861 pacientes com carcinoma de células renais avançado sem tratamento sistêmico prévio para receberem sunitinibe ou a combinação de pembrolizumabe + axitinibe. Após um seguimento mediano de 12,8 meses, o estudo atingiu seus objetivos coprimários, promovendo uma redução relativa de 47% no risco de morte (HR=0,53; IC de 95%: 0,38-0,74; p<0,0001) e uma redução relativa de 31% no risco de progressão de doença ou morte (HR=0,69; IC de 95%: 0,57-0,84; p<0,001). A taxa de resposta objetiva associada ao tratamento com pembrolizumabe + axitinibe também foi superior a sunitinibe, 59,3% versus 35,7%, respectivamente. A taxa de eventos adversos de graus igual ou maior a 3 foi de 75,8% nos pacientes que receberam o tratamento combinado, e 70,6% nos pacientes do grupo sunitinibe.

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A recente aprovação de pembrolizumabe + axitinibe pelo FDA é a primeira a incluir uma combinação de droga inibidora de checkpoint imunológico anti-PD-1 com um potente inibidor de tirosina quinase do VEGFR, uma classe de drogas de grande sucesso no tratamento do câncer renal avançado desde 2006, quando sunitinibe foi aprovado”, destaca o Dr. Fabio Schutz, oncologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

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É importante enfatizar que a recente aprovação pelo FDA também inclui os pacientes de risco favorável. Portanto, muito em breve a utilização isolada de inibidores de tirosina quinase do VEGFR deverá se tornar exceção na primeira linha de tratamento de pacientes com carcinoma de células renais avançado. A outra alternativa de tratamento de primeira linha aprovada no último ano, combinando apenas inibidores de checkpoint imunológicos (ipilimumabe + nivolumabe) contempla apenas pacientes de risco intermediário e desfavorável, pois apesar estudo CheckMate 214 também incluir pacientes de risco favorável, a análise do benefício nessa população foi um objetivo secundário”.

No momento, não há biomarcadores que permitam escolher uma ou outra opção de tratamento, sendo necessários novos estudos buscando identificar melhores fatores preditivos de benefício. Adicionalmente, vários outros estudos estão em andamento avaliando a associação de outros inibidores de checkpoint imunológico com inibidores de tirosina quinase, como: nivolumabe + cabozantinibe, pembrolizumabe + lenvatinibe e nivolumabe + ipilimumabe + cabozantinibe. Portanto, esperamos que o cenário de tratamento na primeira linha se torne bastante amplo em um futuro próximo”, conclui o Dr. Fabio Schutz.

Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida

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