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Nova aprovação para o tratamento de primeira linha do carcinoma renal avançado nos EUA
O cenário de tratamento de primeira linha do carcinoma de células renais avançado segue se modificando nos Estados Unidos com a aprovação de novas opções terapêuticas. Em 14 de maio, o FDA (Food and Drug Administration) aprovou o tratamento com a combinação do antiangiogênico oral axitinibe associado ao anticorpo monoclonal anti-PDL-1 avelumabe para os pacientes com carcinoma de células renais irressecável ou metastático baseado nos dados do estudo de fase III JAVELIN Renal 101.
No estudo JAVELIN Renal 101, 886 pacientes foram randomizados para receberem tratamento sistêmico de primeira com a combinação de axitinibe + avelumabe ou sunitinibe em uma razão 1:1. O objetivo primário do estudo foi atingido, demonstrando que na população PDL-1 positivo (63,2% dos pacientes) o tratamento combinado foi capaz de promover uma redução de 39% no risco relativo de progressão de doença ou morte quando comparado a sunitinibe (HR=0,61; IC de 95%: 0,48-0,79; p<0,0001). Destaca-se também a taxa de resposta superior nessa população selecionada, 55,2% versus 25,5%. Quando analisados os pacientes por intenção de tratamento, um dos objetivos secundários do estudo, também foi demonstrado o benefício em sobrevida livre de progressão promovido pelo tratamento combinado (HR=0,69; IC de 95%: 0,56-0,84; p=0,0002), bem como em taxa de resposta (51,4% versus 25,7%). Os dados de sobrevida global ainda são imaturos nessa análise dos dados.
No tocante a segurança, o tratamento com axitinibe + avelumabe foi associado a uma taxa de eventos adversos de graus igual ou superior a 3 em 71,2% dos pacientes, destacando-se como eventos adversos comuns diarreia e hipertensão.
Dr. Fabio Schutz, oncologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, destaca: “o FDA aprovou há poucos dias atrás mais uma nova opção de tratamento sistêmico para pacientes com carcinoma de células renais (RCC) tipo células claras metastático: avelumabe associado com axitinibe. Diferentemente do nivolumabe e do pembrolizumabe (anti-PD-1), o avelumabe é o primeiro anticorpo monoclonal anti-PDL-1 a ser aprovado em RCC. Desta forma, atualmente nos EUA, existem 3 opções de tratamento contendo agentes imunoterápicos na primeira linha”.
“Esta combinação atual parece ser muito semelhante à combinação de pembrolizumabe e axitinibe do ponto de vista de mecanismo de ação, pois combina um inibidor de tirosina quinase do VEGFR (axitinibe) com um inibidor de checkpoint imunológico (anti-PD-1 ou anti-PDL-1). O racional para esta combinação seria a possibilidade de aumentar a exposição ou apresentação de antígenos no microambiente tumoral e melhorar o aporte de células do sistema imunológico nos tumores. Por outro lado, a combinação de ipilimumabe e nivolumabe permanece como uma opção de tratamento apenas com inibidores de checkpoint imunológicos. Portanto, a dificuldade na seleção atual dos tratamentos vai ficar principalmente entre estas duas estratégias. A principal comparação que precisará ser feita no futuro é na proporção de pacientes vivos no longo prazo, e neste sentido precisamos de mais tempo de observação dos estudos”, conclui Dr. Fabio Schutz.
Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida
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