Editores da série MOC: Antonio Carlos Buzaid - Fernando Cotait Maluf - Carlos H. Barrios

Editor-convidado: Caio Max S. Rocha Lima

Vídeo-MOC

VOLUME 14 ● NÚMERO 13

O QUE É PRECISO SABER SOBRE O PEMBROLIZUMABE PARA OS LINFOMAS RECAÍDOS?

O manejo terapêutico do linfoma de Hodgkin tem passado por grandes transformações nas últimas décadas, resultando em melhores desfechos aos pacientes com esse diagnóstico, fato claramente demonstrado na diferença de sobrevida apresentada em pacientes tratados com terapias mais contemporâneas quando comparados a tratamentos administrados antes de 2011.1

Nesse cenário, a utilização de anticorpos monoclonais anti-PD-1 surge como uma estratégia de tratamento interessante para a doença refratária ou recidivada, dados os resultados favoráveis de segurança e eficácia, além da possibilidade de oferecer uma classe terapêutica até então não explorada no sequenciamento do tratamento da maioria dos pacientes. No Brasil, o uso de pembrolizumabe é aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para o tratamento de pacientes adultos com linfoma de Hodgkin clássico (LHC) refratário ou recidivado, bem como para o tratamento de pacientes pediátricos, com idade ≥ 3 anos, com LHC refratário, ou LHC que recidivou após 2 ou mais linhas de terapia, além do tratamento de pacientes adultos e pediátricos com linfoma de grandes células B primário do mediastino (LCBPM) refratário, ou que recidivou após 2 ou mais linhas de terapia anteriores.2

O estudo KEYNOTE-087 avaliou o uso de pembrolizumabe em pacientes com LHC refratário ou recidivado após 3 ou mais linhas de terapias anteriores, incluindo aqueles cuja doença não respondeu a transplante autólogo de células tronco (TACT) e brentuximabe vedotina (BV), pacientes que eram inelegíveis para TACT e cuja doença progrediu ao tratamento com BV, ou que não receberam BV e com doença que progrediu após TACT.

Nos resultados do estudo KEYNOTE-087, a taxa de resposta objetiva foi de 71,4% e a sobrevida livre de progressão mediana foi de 13,7 meses, com sobrevida livre de progressão mediana não atingida nos pacientes que obtiveram resposta objetiva ou doença estável com o tratamento. Dentre os pacientes que receberam um segundo tratamento com pembrolizumabe, a taxa de resposta objetiva foi de 73,7%, com duração mediana de resposta de 15,2 meses.3

No estudo de fase III KEYNOTE-204, pembrolizumabe foi comparado a BV em pacientes com recidiva após uma linha ou mais de tratamento, podendo esta recidiva ser após um TACT ou não. A taxa de resposta global foi de 65,6% e 54,2% com pembrolizumabe e BV, respectivamente, além disso o tratamento com pembrolizumabe reduziu em 35% o risco de progressão de doença ou morte em comparação a BV (HR=0,65; IC de 95%: 0,48-0,88). A duração de resposta também favoreceu o braço que recebeu o imunoterápico, com medianas de 20,7 versus 13,8 meses.4

Já no cenário do LCBPM, pembrolizumabe foi avaliado no estudo de fase II KEYNOTE-170, que incluiu 53 pacientes com doença recidivada ou refratária. A taxa de resposta foi de 41,5%, com duração mediana de resposta não atingida e taxas de sobrevida livre de progressão e sobrevida global de 33% e 45,3% aos 48 meses do início do tratamento.5

Neste Vídeo-MOC a Dra. Danielle Leão, hematologista e pesquisadora da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, e o Dr. Phillip Scheinberg, coordenador da hematologia da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, discutem os resultados completos dos estudos avaliando pembrolizumabe no tratamento destas doenças e revisam quais as considerações devemos ter para o seu emprego na prática clínica. Não perca esta revisão supercompleta!

Apoio:

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Referências:

  1. AM T, Y W, A M, et al. Outcomes of Patients With Classic Hodgkin Lymphoma Who Relapsed After Autologous Stem Cell Transplant. HemaSphere. 04/04/2023 2023;7(4)doi:10.1097/HS9.0000000000000869
  2. Keytruda [bula ANVISA]. Accessed Setembro 2023. https://consultas.anvisa.gov.br/#/bulario/q/?nomeProduto=keytruda. São Paulo.
  3. P A, PL Z, HJ L, et al. Five-year follow-up of KEYNOTE-087: pembrolizumab monotherapy for relapsed/refractory classical Hodgkin lymphoma. Blood. 09/07/2023 2023;142(10)doi:10.1182/blood.2022019386
  4. J K, R R, A S, et al. Pembrolizumab versus brentuximab vedotin in relapsed or refractory classical Hodgkin lymphoma (KEYNOTE-204): an interim analysis of a multicentre, randomised, open-label, phase 3 study. The Lancet Oncology. 2021 Apr 2021;22(4)doi:10.1016/S1470-2045(21)00005-X
  5. PL Z, C T, V M, et al. Pembrolizumab in relapsed or refractory primary mediastinal large B-cell lymphoma: final analysis of KEYNOTE-170. Blood. 07/13/2023 2023;142(2)doi:10.1182/blood.2022019340

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