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VOLUME 13 ● NÚMERO 24
PEMBROLIZUMABE NO CÂNCER DE COLO DE ÚTERO – ESTUDO KEYNOTE 826
O câncer de colo de útero representa, ainda hoje, um importante problema de saúde na população brasileira e assume a posição de terceira neoplasia mais incidente na população feminina no país, sendo grande parte das pacientes diagnosticadas já com doença em estádio avançado.1–3
O estudo do uso de imunoterapia no tratamento dessa doença sempre representou uma estratégia bastante promissora devido à associação desse tumor com a infeção pelo vírus HPV e consequente produção de neoantígenos.4 Dessa maneira, desde a sua avaliação inicial no estudo KEYNOTE-028, pembrolizumabe já demonstrou resultados de eficácia interessantes em pacientes previamente politratadas.5
No estudo de fase III KEYNOTE-826, que levou à aprovação regulatória de pembrolizumabe no tratamento de primeira linha do câncer de colo de útero, 617 pacientes com doença irressecável ou metastática foram randomizadas entre pembrolizumabe ou placebo em combinação a quimioterapia com platina (cisplatina ou carboplatina) associada a paclitaxel podendo ou não ser combinados a bevacizumabe.
Como resultados, a associação de pembrolizumabe ao esquema terapêutico promoveu benefício em sobrevida livre de progressão (HR=0,65; IC de 95%: 0,53-0,79; p<0,001) e sobrevida global (HR=0,67; IC de 95%: 0,54-0,84; p<0,001). Na população selecionada com alta expressão de PD-L1 (escore positivo combinado ≥ 1), cenário da aprovação da droga no Brasil, o benefício foi confirmado tanto na sobrevida livre de progressão (HR=0,62) quanto na sobrevida global (HR=0,64), além de demonstrar resultados favoráveis nas demais análises de subgrupo conduzidas.6,7
Veja neste Vídeo-MOC a apresentação detalhada dos dados do estudo KEYNOTE-826, conduzida pela Dra. Angelica Nogueira-Rodrigues, oncologista clínica e vice-presidente do grupo EVA-GBTG. Na sequência, acompanhe uma discussão sobre a incorporação da droga na prática clínica, com participação da Dra. Graziela Zibetti Dal Molin, oncologista clínica da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Apoio:
Referências:
- Estimativa 2020 – Neoplasia maligna da mama feminina e colo do útero (taxas ajustadas) | INCA – Instituto Nacional de Câncer. https://www.inca.gov.br/estimativa/taxas-ajustadas/neoplasia-maligna-da-mama-feminina-e-colo-do-utero
- Nogueira-Rodrigues A, Ferreira CG, Bergmann A, de Aguiar SS, Thuler LCS. Comparison of adenocarcinoma (ACA) and squamous cell carcinoma (SCC) of the uterine cervix in a sub-optimally screened cohort: a population-based epidemiologic study of 51,842 women in Brazil. Gynecol Oncol. 2014;135(2):292-296. doi:10.1016/J.YGYNO.2014.08.014
- Paulino E, Melo AC de, Silva-Filho AL, et al. Panorama of Gynecologic Cancer in Brazil. JCO Glob Oncol. 2020;6(6):1617-1630. doi:10.1200/GO.20.00099
- Borcoman E, le Tourneau C. Pembrolizumab in cervical cancer: latest evidence and clinical usefulness. Ther Adv Med Oncol. 2017;9(6):431-439. doi:10.1177/1758834017708742
- Frenel JS, le Tourneau C, O’Neil B, et al. Safety and efficacy of pembrolizumab in advanced, programmed death ligand 1-positive cervical cancer: Results from the phase IB KEYNOTE-028 trial. Journal of Clinical Oncology. 2017;35(36):4035-4041. doi:10.1200/JCO.2017.74.5471
- Colombo N, Dubot C, Lorusso D, et al. Pembrolizumab for Persistent, Recurrent, or Metastatic Cervical Cancer. New England Journal of Medicine. 2021;385(20):1856-1867. doi:10.1056/NEJMOA2112435/SUPPL_FILE/NEJMOA2112435_DATA-SHARING.PDF
- Tewari KS, Colombo N, Monk BJ, et al. Pembrolizumab + chemotherapy in patients with persistent, recurrent, or metastatic cervical cancer: Subgroup analysis of KEYNOTE-826. https://doi.org/101200/JCO20224016_suppl5506. 2022;40(16_suppl):5506-5506. doi:10.1200/JCO.2022.40.16_SUPPL.5506