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VOLUME 13 ● NÚMERO 18
O PAPEL DE NERATINIBE COMO TERAPIA ADJUVANTE ESTENDIDA NO CÂNCER DE MAMA HER-2 POSITIVO ESTÁGIO INICIAL
Os desfechos do tratamento perioperatório do câncer de mama HER-2 positivo ainda representam um desafio para o desenvolvimento de novas estratégias, uma vez que o risco de recorrência é cerca de 10-15% e 25-30% aos 3 e 10 anos, respectivamente, apesar das novas terapias empregadas, tais como o tratamento adjuvante com a combinação de trastuzumabe e pertuzumabe ou T-DM1.1–6 Este risco é certamente ainda mais alto nos pacientes com ausência de resposta patológica completa após tratamento neoadjuvante com terapia anti-HER-2.7–11
Nesse contexto, neratinibe oferece um mecanismo de ação distinto às moléculas até então disponíveis por representar um inibidor de tirosina quinase capaz de bloquear HER-1, HER-2 e HER-4. O tratamento adjuvante com neratinibe adjuvante foi avaliado no estudo de fase III ExteNET, que randomizou 2.840 pacientes com câncer de mama HER-2 positivo com comprometimento linfonodal ou submetidas a terapia neoadjuvante e com ausência de resposta completa patológica entre neratinibe ou placebo administrados por 1 ano após conclusão de tratamento adjuvante com trastuzumabe em até 2 anos previamente à randomização.
Dentre a população avaliada, aproximadamente metade das pacientes encontrava-se em status pré-menopausa, cerca de 75% apresentavam comprometimento linfonodal (incluindo 30% com ≥ 4 linfonodos positivos), 57% possuíam receptores hormonais positivos (RH positivo) e 68% haviam recebido regime quimioterápico com antraciclina e taxano. Nas pacientes com RH positivo que iniciaram o uso de neratinibe adjuvante em até 1 ano do término de trastuzumabe, houve uma redução de 51% no risco de doença invasiva ou morte em comparação ao tratamento com placebo (HR=0,49; IC de 95%: 0,30-0,78; p=0,02), com benefício absoluto de 4,5% aos 2 anos.12,13 Em análise exploratória, as pacientes com RH positivo com ausência de resposta patológica completa após tratamento neoadjuvante e tratadas com neratinibe adjuvante em ≤ 1 ano após o uso de trastuzumabe apresentaram benefício em sobrevida global (HR=0,47; IC de 95%: 0,22-0,92) com ganho absoluto aos 8 anos de 9,1%.12 Outro dado que merece destaque é a menor taxa de recorrência de doença no sistema nervoso central em pacientes tratadas com neratinibe (incidência cumulativa de 0,7% versus 2,1% aos 5 anos).
A Dra. Joyce O’Shaugnessy, oncologista do Baylor-Sammons Cancer Center em Dallas, Texas, apresenta neste Vídeo-MOC uma revisão completa sobre o racional para o uso de neratinibe adjuvante, bem como um algoritmo para a seleção de pacientes candidatas ao tratamento e o manejo da diarreia, a toxicidade mais prevalente após uso da droga, com base no estudo CONTROL.14 Na sequência, os Drs. Antonio C. Buzaid e Carlos Barrios, editores do MOC, discutem sobre a incorporação do uso de neratinibe adjuvante na prática clínica após a recente aprovação pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
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Referências:
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