Editores da série MOC: Antonio Carlos Buzaid - Fernando Cotait Maluf - Carlos H. Barrios

Editor-convidado: Caio Max S. Rocha Lima

Vídeo-MOC

VOLUME 11 ● NÚMERO 02

EFICÁCIA DO ALECTINIBE NO CÂNCER DE PULMÃO DE CÉLULAS NÃO PEQUENAS ALK+

O papel do alectinibe na primeira linha de tratamento do câncer de pulmão de células não pequenas ALK+ está estabelecido no Brasil como tratamento padrão ouro.

Estudos recentes têm demonstrado que o uso de alectinibe, inibidor de tirosina quinase do ALK, está associado a um benefício significativo em sobrevida livre de progressão, com toxicidade favorável e alta eficácia no sistema nervoso central (SNC). Para comentar essa importante indicação e os dados dos principais estudos que suportam o uso do alectinibe na primeira linha de tratamento dessa população de pacientes, recebemos o Dr. William Nassib William Jr., editor do MOC, e a Dra. Carolina Kawamura Haddad, autora dos capítulos de Pulmão do MOC.

A apresentação é iniciada com uma breve explanação sobre a biologia do ALK e sua incidência no câncer de pulmão, que está presente em cerca de 3-8% dos pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (CPNPC), um número que pode parecer inexpressivo, no entanto, considerando-se a alta incidência do câncer de pulmão no mundo, fica claro que estamos diante de um número absoluto de pacientes que não deve ser desprezado. Nesse contexto e tendo em vista a alta eficácia das terapias anti-ALK, identificar se o paciente com CPNPC apresenta translocação do gene ALK é de suma importância. A despeito dos métodos utilizados para identificação, Dr. William tece comentários e destaca a imuno-histoquímica (utilizando o anticorpo D5F3, método bastante sensível e específico). “Basta uma imuno-histoquímica positiva para que estejamos autorizados a tratar o paciente com CPNPC ALK+”, afirma.

No tocante aos principais estudos que avaliaram o uso de alectinibe, a apresentação começa pelo estudo fase III ALEX, que levou à aprovação do alectinibe no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) no início de 2019. Depois, segue com considerações sobre os estudos J-ALEX e ALESIA, realizados no Japão e na China respectivamente, ambos com desenhos similares ao do estudo ALEX, que talvez possa ser considerado o mais importante, sobretudo no Brasil.  Os três trabalhos compararam o inibidor de segunda geração alectinibe versus inibidor de primeira geração crizotinibe em pacientes com CPNPC ALK+, demonstrando benefícios em sobrevida livre de progressão.

No estudo ALEX, a seleção dos pacientes ALK+ era feita por teste de imuno-histoquímica, e os pacientes com metástases cerebrais assintomáticas também foram incluídos. Os resultados mais recentes da análise foram apresentados na ESMO 2019, com desfecho de sobrevida livre de progressão clinicamente significativo a favor do inibidor de segunda geração, conforme esperado (mediana de 34,8 meses no grupo de alectinibe versus 10,9 meses no grupo que recebeu crizotinibe). O beneficio foi observado tanto nos pacientes que apresentavam metástases no SNC no início do tratamento quanto naqueles sem metástases no SNC. Vale ressaltar que o número de pacientes com metástases no SNC durante início do tratamento era considerável, em torno de 42-48%, dado que enfatiza a importância de avaliar o cérebro nesses pacientes. Na análise de segurança, o perfil de toxicidade de alectinibe mostrou-se bastante favorável quando comparado com o inibidor de primeira geração. No entanto, alguns cuidados são necessários, especialmente em termos de hepatotoxicidade e elevação do CPK. No tocante à sobrevida global, os dados ainda são imaturos.

Confira mais um Vídeo-MOC e acompanhe nos minutos finais uma discussão entre os especialistas Dr. William Nassib William Jr. e Dra. Carolina Kawamura Haddad, com relatos sobre condutas após início do tratamento com alectinibe.

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