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VOLUME 10 ● NÚMERO 08
Combinação fixa NEPA: netupitanto + palonosetrona para prevenção de náuseas e vômitos induzidos por quimioterapia (NVIQ)
Sabe-se que náuseas e vômitos estão entre os efeitos colaterais mais frequentes nos pacientes submetidos à quimioterapia emetogênica. Por outro lado, embora diversas diretrizes baseadas em evidências para a prevenção de náuseas e vômitos induzidos por quimioterapia (NVIQ) sejam publicadas e atualizadas regularmente, ainda existem barreiras que interferem na aderência às diretrizes.
Frente a esse cenário, o MOC, com o apoio educacional da Mundipharma, preparou este Vídeo-MOC, que coloca em pauta uma nova abordagem em relação à prevenção de náuseas e vômitos induzidos por quimioterapia, a combinação oral fixa NEPA, já aprovada no Brasil e utilizada atualmente no mundo inteiro. Essa importante e simples combinação tem se mostrado útil e segura na prática clínica ao envolver netupitanto (NETU), um novo antagonista do receptor NK1 altamente seletivo, e palonosetrona (PALO), um antagonista do receptor 5-HT3 farmacologicamente distinto e clinicamente superior aos antagonistas de primeira geração em termos de eficácia e segurança.
Com apresentação da Dra. Juliana Martins Pimenta, oncologista clínica da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, moderação do Dr. Antonio Carlos Buzaid e participação especial do Dr. Giovanni Rosti, médico oncologista pela Universidade de Pavia – Itália, convidado da Mundipharma, o vídeo traz como introdução uma visão geral das náuseas e vômitos induzidos por quimioterapia, ressaltando a complexa etiologia desses efeitos colaterais, cujas vias relevantes geralmente envolvem vários neurotransmissores e receptores. A apresentação segue com uma objetiva explicação sobre os fatores que podem aumentar o risco desses eventos durante o uso de quimioterapia, sejam riscos individuais ou relacionados ao tratamento. Nesse ponto, são abordadas as classes de antieméticos mais usadas para prevenção de náuseas e vômitos agudos e tardios (antagonistas do receptor 5-HT3, antagonistas do receptor NK1, corticosteroides e antagonistas do receptor de D2).
Na sequência, são colocados em perspectiva os dados de estudos que levaram à aprovação do esquema NEPA, começando pelo estudo fase III, que comparou o uso de NEPA em associação com dexametasona versus palonosetrona + dexametasona. O estudo mostrou a eficácia de NEPA bem como sua superioridade à PALO durante as fases aguda, tardia e geral, com resposta completa (sem êmese e sem medicação de resgate). O benefício foi obeservado também em ciclos subsequentes de quimioterapia. No tocante à toxicidade, a taxa de efeitos adversos foi muito baixa, sendo os principais efeitos colaterais constipação e cefaleia, demonstrando que a medicação é bem tolerada.
O segundo estudo comentado, também fase III, randomizou 413 pacientes para receberem NEPA versus aprepitanto + palonosetrona. Assim como no trabalho anterior, o estudo foi positivo, confirmando a segurança e eficácia de NEPA, com taxa de efeitos adversos muito baixa e resposta completa na fase geral (D1 ao D5), respectivamente. Houve benefícios também na análise de subgrupo em relação ao uso de carboplatina, com demonstração de alta taxa de resposta nos quatro primeiros ciclos de quimioterapia. Tais dados serviram para embasar a atual recomendação dos principais Guidelines, que consideram sempre adicionar um antagonista de receptor de NK1 para pacientes que recebem carboplatina. A adição desses receptores proporciona uma vantagem que ultrapassa o beneficio absoluto de 10%, indicado como clinicamente relevante.
Por fim, são apresentados os dados de um estudo comparativo fase III, randomizado, de não inferioridade, multicêntrico, duplo-cego, asiático que comparou NEPA + dexametasona versus aprepitanto + granisetrona + dexametasona em pacientes com uso de quimioterápico de alto risco emetogênico. Os resultados da análise confirmaram a não inferioridade de NEPA em relação à combinação de aprepipanto com granisetrona. Além disso, o uso de NEPA mostrou redução significativa de eventos de náuseas e vômitos induzidos pela quimioterapia no D5.
Como conclusão, Dra. Juliana reforça que a combinação fixa NEPA é promissora para a melhora do controle de náuseas e vômitos dos pacientes submetidos à quimioterapia emetogênica e afirma: “uma compreensão profunda da fisiopatologia de náuseas e vômitos é importante para o seu tratamento. Uma vez que náuseas e vômitos decorrem da ativação de várias vias eméticas, é importante fazer uma terapia farmacológica combinada para prevenir esses sintomas agudos e tardios. O NEPA, então, surge como um agente combinado que visa duas vias antieméticas em única dose associada à dexametasona, que pode oferecer uma profilaxia e possibilitar uma oportunidade de superar as barreiras que interferem na aderência às diretrizes”.
Assista ao vídeo e confira também a discussão com o convidado internacional, Dr. Giovanni Rosti.
Publicado em 12/09/2019.
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