Editores da série MOC: Antonio Carlos Buzaid - Fernando Cotait Maluf - Carlos H. Barrios

Editor-convidado: Caio Max S. Rocha Lima

Vídeo-MOC

VOLUME 10 ● NÚMERO 01

CÂNCER DE MAMA METASTÁTICO – O PAPEL DO ABEMACICLIBE

Confira o novo Vídeo-MOC, com uma extensa revisão sobre os estudos MONARCH 1, MONARCH 2 e MONARCH 3, que avaliaram o uso do inibidor oral seletivo de CDK4/6 abemaciclibe e demonstraram ganhos significativos no tratamento do câncer de mama metastático, levando à aprovação em diversos países e recentemente do Brasil.

Com apresentação da Dra. Juliana Martins Pimenta, membro titular da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo e moderação do Dr. Antonio Carlos Buzaid, a discussão é iniciada com uma importante explicação sobre o mecanismo de ação e benefícios dos inibidores de CDK4/6 associados a inibidor de aromatase (IA), fulvestranto ou como agente único.

Depois, Dra. Juliana Pimenta segue falando sobre as aprovações do inibidor de CDK4/6 abemaciclibe no tratamento do câncer de mama metastático (CMM) Receptor Hormonal (RH) positivo e HER-2 negativo como monoterapia em pacientes previamente tratadas com pelo menos dois regimes de quimioterapia (MONARCH 1), em associação com fulvestranto nas pacientes que progrediram com tratamento endócrino prévio (MONARCH 2) e em associação com inibidor da aromatase não esteroidal (IANE) em pacientes sem tratamento prévio (MONARCH 3).

Por fim, os dados dos estudos são colocados em perspectiva, começando pelo MONARCH 1, que avaliou o uso de abemaciclibe como agente único em pacientes previamente tratadas, demonstrando taxa de resposta parcial compatível ao que se vê com a quimioterapia (19,7%), bem como em sobrevida global (17,7 meses) e sobrevida livre de progressão (6 meses), no entanto com duração de resposta longa (8,6 meses), superior ao que se observa com a quimioterapia.

No MONARCH 2, observou-se o uso de abemaciclibe em associação com fulvestranto versus placebo nas pacientes que progrediram com tratamento endócrino prévio. As pacientes apresentaram benefícios significativos em sobrevida livre de progressão (16,4 versus 9,3 meses; HR=0,553) e taxa de resposta (48,1% versus 21,3%). A redução no tamanho do tumor foi mais evidente também no braço de abemaciclibe, e a resposta tumoral foi duradoura. Os eventos adversos mais comuns foram neutropenia graus 3 e 4 (da ordem 26,5%) e diarreia precoce, que foi controlada com ajuste de dose e medicação antidiarreica.

O MONARCH 3, por sua vez, foi o estudo que avaliou abemaciclibe como terapia inicial em pacientes na pós-menopausa com doença metastática ou localmente recorrente que poderiam ter recebido tratamento endócrino na neodjuvância ou adjuvância desde que o intervalo livre de doença fosse maior que 12 meses da data de término da terapia endócrina adjuvante. As pacientes foram randomizadas para receber abemaciclibe associado a anastrozol ou letrozol versus placebo associado a anastrozol ou letrozol. O estudo demostrou que abemaciclibe associado a inibidor de aromatase melhorou significativamente a sobrevida livre de progressão (28,18 versus 14,76 meses), bem como a taxa de resposta (59,2% versus 43,8%). As respostas foram mantidas ao longo do tempo e levaram a uma redução significativa do tumor. O perfil de segurança foi consistente, e os benefícios foram observados também entre os subgrupos pré-planejados.

“Abemaciclibe é uma importante medicação que se destaca em alguns pontos. Primeiro, como a única droga que pode ser usada como agente único, com um grau de atividade elevado (da ordem de 20%) e duração de resposta mediana da ordem de 8 meses, o que chama a atenção”, comenta Dr. Antonio Carlos Buzaid ao discutir com a Dra. Juliana Pimenta, que afirma “as outras duas medicações dessa classe (palbociclibe e ribociclibe) não mostraram taxa de resposta tão significativa (menos de 10% em ambos os casos). Abemaciclibe mostra de fato uma taxa de resposta considerável, comparável com quimioterapia  e com duração mais significativa do que a gente costuma ver com quimioterapia. De fato, estávamos na expectativa da chegada nessa medicação porque há muitas pacientes que já progrediram com linhas hormonais que impedem  o uso do inibidor CDK4/6 com fuvestranto ou com inidodor de aromatase porque já usaram essas medicações previamente. Agora, com a chegada de abemaciclibe, a gente tem a opção de usar essa classe de medicação como monoterapia”.

Publicado em 11/03/2019.

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