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Combinação de quimioterapia e imunoterapia aumenta a sobrevida global em câncer de pulmão na primeira linha
Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida.
Neste 16 de janeiro de 2018 a Merck (representada pela MSD fora dos Estados Unidos e Canadá) emitiu nota divulgando que o estudo Keynote-189, avaliando a combinação de imunoterapia com quimioterapia baseada em platina na primeira linha de tratamento do câncer de pulmão metastático, atingiu seus objetivos primários, com benefícios significativos em sobrevida global e sobrevida livre de progressão durante análise interina.
O estudo de fase III Keynote-189 randomizou pacientes com câncer de pulmão de não-pequenas células avançado ou metastático de histologia não-escamosa para tratamento de primeira linha com quimioterapia baseada em cisplatina ou carboplatina concomitantes a pemetrexede, associados ou não ao anticorpo monoclonal anti-PD1 pembrolizumabe. Vale ressaltar que foram incluídos no estudo pacientes independentemente da expressão de PD-L1, e excluídos aqueles com mutação de EGFR ou translocação de ALK .
Segundo o relatório emitido pela empresa, o grupo de pacientes tratado com a combinação de cisplatina/carboplatina + pemetrexede + pembrolizumabe apresentou redução estatisticamente significativa no risco de morte, bem como no risco de progressão de doença em comparação ao grupo de pacientes que recebeu o tratamento com a combinação de quimioterápicos sem a imunoterapia, além de não haver piora em relação aos efeitos adversos do tratamento comparativamente aos dados prévios da literatura.
Segundo a Dra. Carolina Kawamura, oncologista titular da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, “a aprovação acelerada da combinação de carboplatina + pemetrexede + pembrolizumabe pelo FDA, a agência regulatória norte-americana, em maio de 2017, a partir dos resultados obtidos pela coorte G1 do estudo fase I/II Keynote-021 foi considerada prematura por parte da comunidade científica em decorrência do seu benefício basear-se apenas na melhora da taxa de resposta e sobrevida livre de progressão. A análise do desfecho secundário de sobrevida global favorece o grupo que recebeu pembrolizumabe, porém necessita de seguimento mais longo. Os resultados anunciados do estudo Keynote-189 chegam para confirmar o benefício da estratégia de tratamento combinado com quimioterapia e imunoterapia no câncer de pulmão metastático e podem representar uma mudança importante em todo o algoritmo de tratamento do câncer de pulmão metastático para os pacientes com ausência de mutações sensíveis ao uso de terapia-alvo”.
Os resultados pormenorizados do estudo Keynote-189 são aguardados para a correta avaliação da magnitude do benefício anunciado e possível avaliação de subgrupo populacional com maiores ganhos do tratamento com a combinação de drogas.
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