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[ASCO 2014] Sábado (31/05) – Tumores Neuroendócrinos
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Sobrevida livre de progresão com lanreotida (LAN) em TNE enteropancreáticos: extensão do estudo CLARINET
O estudo inicial do CLARINET demonstrou o benefício do uso de lanreotida autogel/depot (LAN) em pacientes com tumores neuroendócrinos enteropancreáticos metastáticos com ganho significativo de sobrevida livre de progressão (SLP) em relação ao placebo.
Na ASCO 2014, o estudo apresentou novos dados de sua análise estendida, com avaliação do uso open-label em relação a SLP e toxicidade.
No estudo inicial do CLARINET, foram avaliados 204 pacientes com tumores neuroendócrinos enteropancreáticos não funcionantes, bem e moderadamente diferenciados, com Ki-67 < 10%. Esses pacientes foram randomizados para realização de LAN 120 mg ou placebo, aplicados a cada 28 dias por 96 semanas ou até progressão de doença (PD) ou óbito. O objetivo primário era SLP.
Na análise estendida, após esse período de 96 semanas, os pacientes de ambos os braços (LAN com doença estável ou placebo com ou sem PD) foram incluídos em um braço único com uso de LAN (open-label extension – OLE, n=88), cujo objetivo primário foi avaliação de segurança. Dos pacientes incluídos no braço único OLE, 38% estavam com tumores pancreáticos e 39% com tumores do intestino médio.
A SLP mediana dos pacientes que receberam LAN foi de 32,8 meses. Para o grupo de pacientes que apresentaram PD ao uso de placebo, mas posteriormente receberam LAN no braço único OLE, a SLP com LAN foi de 14 meses. Foram observados mais eventos adversos durante o OLE nos pacientes que iniciaram LAN após placebo em relação aos que mantiveram o uso de LAN desde a randomização inicial (40% versus 27%), sendo que a diarreia foi o evento mais frequente.
Essa análise estendida sugere que existe benefício de SLP com o uso de LAN de "resgate" nos pacientes com tumor neuroendócrino enteropancreático com progressão de doença na ausência de LAN. Os eventos adversos em longo prazo foram os mesmos já conhecidos.
Referência:
Martyn E. Caplin, Philippe B. Ruszniewski, Marianne E. Pavel et al. rogression-free survival (PFS) with lanreotide autogel/depot (LAN) in enteropancreatic NETs patients: The CLARINET extension study. J Clin Oncol 32 (suppl): abstr 4107^, 2014.
EQUIPE MOC NA ASCO
Associação entre a dose de octreotida e o controle tumoral em tumores neuroendócrinos gastroenteropancreáticos
O estudo fez uma análise retrospectiva de 170 pacientes com tumores neuroendócrinos tratados com octreotida de 1987 a 2013. A maioria originava-se do intestino médio (47%) e do pâncreas (21%), sendo 81% metastático e 72% dos pacientes apresentavam sintomas carcinoides.
Cerca de 71% dos pacientes iniciou octreotida para controle dos sintomas, sendo que as doses utilizados foram variadas, mas a dose média foi de 27 mg por ciclo de 28 dias. Pacientes que receberam uma dose superior a 27 mg apresentaram aumento significativo de sobrevida global (SG) em relação aos que receberam dose inferior ou igual a 27 mg (82 versus 39 meses, respectivamente; p<0,0001). Fazendo um paralelo ao estudo PROMID, que utilizou a dose de 30 mg, observou-se também que a SG foi maior nos que receberam mais do que 30 mg comparado aos pacientes que receberam 30 mg ou menos (83 versus 46 meses; p=0,0001).
Dessa forma, o estudo sugere que doses maiores de octreotida podem oferecer ganho significativo de SG em pacientes com tumores neuroendócrinos gastropancreáticos metastáticos. Deve-se destacar que, embora seja um estudo retrospectivo, levanta a hipótese e destaca o benefício de melhor avaliação desse resultado em uma análise prospectiva e randomizada.
Referência:
Sally C Lau, Winson Y. Cheung et al. The association between octreotide dose and tumor control in gastroenteropancreatic neuroendocrine tumors (NETs). J Clin Oncol 32 (suppl): abstr 4108, 2014.
EQUIPE MOC NA ASCO
Octreotida LAR (OCT-L) entre pacientes idosos com tumores neuroendócrinos em estádio IV: análise de sobrevida do SEER-medicare
Nesse estudo, baseado nos dados do SEER (Surveillance, Epidemiology, and End Results), foram avaliados 1.149 pacientes com tumores neuroendócrinos em estádio IV, diagnosticados entre janeiro de 1999 e dezembro de 2009.
O objetivo do estudo foi comparar a sobrevida global (SG) entre os pacientes submetidos a octreotida LAR (OCT-L), em 12 meses do diagnóstico, e os pacientes que não receberam OCT-L. Excluiu-se os pacientes com idade inferior a 65 anos ou com histologia pouco diferenciada.
Cerca de 20% dos pacientes receberam OCT-L, e 34% apresentaram síndrome secretória (≥ 2 episódios de síndrome carcinoide, rubor, diarreia ou neoplasia de ilhotas pancreáticas antes do OCT-L ou em 12 meses do diagnóstico para os que não trataram com OCT-L).
A sobrevida global mediana foi superior nos pacientes que receberam tratamento com OCT-L em 12 meses do diagnóstico em relação aos que não receberam durante o período estudado (35,4 versus 20,3 meses; p<0,001). Esse benefício foi observado em todos os pacientes tratados com OCT-L (HR=0,69; p<0,001), bem como nos subgrupos com ou sem síndrome secretória (HR=0,64; p=0,003 e HR=0,56; p=0,002, respectivamente).
Dessa forma, o estudo demonstrou benefício de SG com o tratamento com OCT-L em 12 meses do diagnóstico em pacientes com tumor neuroendócrino em estádio IV, de idade superior a 65 anos e de histologia bem diferenciada, independente da presença ou não de síndrome secretória.
Referência:
Chan Shen, Ya-Chen T. Shih, Ying Xu, James C. Yao et al. Octreotide LAR (OCT-L) among elderly patients with stage IV neuroendocrine tumors (NETs): A survival analysis of SEER-Medicare data. J Clin Oncol 32 (suppl): abstr 4112), 2014.
EQUIPE MOC NA ASCO