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Mirdametinibe é aprovado pelo FDA para o tratamento da neurofibromatose tipo 1 com neurofibromas plexiformes
Em 11 de fevereiro de 2025, o FDA (Food and Drug Administration) aprovou o inibidor de quinase mirdametinibe para o tratamento de pacientes adultos e pediátricos (≥ 2 anos de idade) com neurofibromatose tipo 1 (NF1) associada a neurofibromas plexiformes (NP) sintomáticos não passíveis de ressecção completa.
A aprovação foi baseada no estudo ReNeu, que incluiu 114 pacientes (58 adultos e 56 pediátricos) com NF1 associada a NP sintomáticos irressecáveis (considerados caso sua ressecção completa representasse um risco significativo de morbidade devido à proximidade com estruturas vitais, invasividade ou alta vascularização). A idade mediana foi de 34 anos para adultos e 10 anos para crianças. O volume mediano da neurofibroma plexiforme-alvo foi de 196 mL em adultos e 99 mL em crianças. Progressão de doença determinada pelo investigador no momento da inclusão no estudo foi observada em 53% dos adultos e 62% das crianças. As morbidades mais frequentemente associadas à doença em ambas as coortes foram dor (90% dos adultos e 70% das crianças) e desfiguração ou deformidade significativa (52% dos adultos e 50% das crianças). O objetivo principal foi a taxa de resposta global, avaliada por revisão central independente utilizando mensuração volumétrica por ressonância nuclear magnética, de acordo com os critérios modificados de Resposta em Neurofibromatose e Schwannomatose.
A taxa de resposta confirmada foi de 41% nos pacientes adultos e 52% nos pacientes pediátricos. Os eventos adversos mais comuns (> 25%) na população adulta foram: rash, diarreia, náusea, dor musculoesquelética, vômito e fadiga. A anormalidade laboratorial de graus ≥ 3 mais comum (> 2%) nesta população foi a elevação de CPK. Dentre os pacientes pediátricos, os eventos adversos mais comuns foram: rash, diarreia, dor musculoesquelética, dor abdominal, vômito, cefaleia, paroníquia, disfunção ventricular esquerda e náuseas. Já as anormalidades laboratoriais de graus ≥ 3 mais comuns foram: neutropenia e elevação da CPK.
Merece destaque que mirdametinibe pode causar disfunção ventricular esquerda e toxicidade ocular, incluindo oclusão da veia retiniana, descolamento do epitélio pigmentar da retina e turvação visual. A interrupção temporária, redução da dose ou descontinuação definitiva devem ser consideradas dependendo da gravidade destes eventos adversos.
A dose recomendada varia de acordo com a área de superfície corporal, conforme indicado na bula do medicamento.
Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida