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Zongertinibe recebe aprovação acelerada para tratamento do câncer de pulmão com mutação de HER-2
Em 8 de agosto de 2025, o FDA (Food and Drug Administration) concedeu aprovação acelerada ao zongertinibe para o tratamento de pacientes adultos com câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) não escamoso, irressecável ou metastático, portadores de mutações ativadoras do gene HER-2 (ERBB2) que já tenham recebido terapia sistêmica prévia.
A eficácia foi avaliada no estudo de fase I/II Beamion LUNG-1, que incluiu pacientes com CPCNP não-escamoso irressecável ou metastático, portadores de mutações ativadoras do HER-2 e previamente tratados com terapia sistêmica. O estudo incluiu 71 pacientes previamente tratados com quimioterapia à base de platina, mas sem uso prévio de inibidor de tirosina quinase ou anticorpo conjugado a droga (ADC) anti-HER-2. As características demográficas e clínicas desta população foram as seguintes: idade mediana de 62 anos (intervalo: 30 a 80 anos), 70% eram mulheres, 39% apresentavam status de performance ECOG 0 e 61% ECOG 1, 65% nunca haviam fumado, 100% tinham doença metastática e 37% apresentavam metástases cerebrais.
A taxa de resposta objetiva neste subgrupo foi de 75%, com 58% apresentando duração de resposta por ao menos 6 meses. Também foi incluído um subgrupo de 34 pacientes previamente tratados com quimioterapia à base de platina e um ADC anti-HER-2. A idade mediana destes pacientes foi de 58 anos (intervalo: 31 a 85 anos), 65% eram mulheres, o status de performance ECOG basal era 0 para 21% dos pacientes e 1 para 79% e 65% nunca haviam fumado. Todos os pacientes apresentavam doença metastática e 74% tinham metástases cerebrais. O número mediano de terapias prévias foi de 3 (intervalo: 1 a 8), 100% já haviam recebido quimioterapia à base de platina, 77% tratamento prévio com anticorpo anti-PD-1/PD-L1 e 2,9% receberam tratamento anterior com um inibidor de tirosina quinase direcionado ao HER-2. Nesta população, a taxa de resposta foi de 44%, com 27% apresentando duração de resposta por ao menos 6 meses.
Eventos adversos graves foram observados em 34% dos pacientes que receberam zongertinibe. Os mais frequentes (≥ 2%) foram: dispneia (4,8%), embolia pulmonar (4,8%), hepatotoxicidade (2,9%) e pneumonia (2,9%). A descontinuação definitiva do zongertinibe devido a reações adversas ocorreu em 2,9% dos pacientes. Os eventos que levaram à interrupção permanente do tratamento foram hepatotoxicidade, aumento da fosfatase alcalina sérica, dispneia, aumento da gama-glutamil transferase, hemoptise e febre.
A dose recomendada varia conforme o peso corporal: para pacientes com peso < 90 kg, é de 120 mg, via oral, uma vez ao dia. Para aqueles com peso ≥ 90 kg, 180 mg, via oral, uma vez ao dia.
Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida