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Metanálise mostrou benefício em sobrevida global em quimioterapia neoadjuvante em câncer de pulmão de células não pequenas
Uma metanálise publicada na revista The Lancet, constatou que a terapia neoadjuvante para câncer de pulmão de células não pequenas foi associada com uma redução significativa de 13% no risco de morte. Também foram observados benefícios significativos na sobrevida e no tempo livre de recidiva à distância.
O estudo envolveu uma busca sistemática de estudos com quimioterapia (QT) neoadjuvante em câncer de pulmão de células não pequenas ressecável, iniciados a partir de janeiro de 1965.
O endpoint primário foi sobrevida global (SG). A análise incluiu 15 estudos randomizados, envolvendo um total de 2.385 pacientes, o que representou 92% de todos os pacientes randomizados nos estudos elegíveis.
Para os pacientes que receberam QT mais cirurgia versus cirurgia isolada 28 versus 29% tinham adenocarcinoma e 49 versus 52% tinham histologia escamosa; estádio IB em 43 versus 46%, IIB em 24 versus 26%, e IIIA em 24 e 21%, o EGOG era 0 em 43% versus 43% e 1 em 45 versus 46 %.
Dados de sobrevida global
A metanálise mostrou uma melhora significativa na SG com a terapia neoadjuvante (HR=0,87; p=0,007) que, tem termos absolutos representa um ganho de SG em 5 anos de 45 versus 40%.
Na análise incluindo apenas estudos que utilizaram regimes à base de platina, não havia nenhuma evidência de que o efeito da QT estava de acordo com o tipo de esquema quimioterápico (p=0,91 para analise de terapia baseada em platina), o número de agentes de QT por protocolo (p=0,84), ou ambos os tipos de regime de QT e do número de agentes (p=0,79).
Não há diferença conforme os regimes baseados em cisplatina ou carboplatina (p=0,48 para interação) ou se os pacientes receberam radioterapia pós-operatória (p=0,87 para interação).
Dados de sobrevida livre de recorrência
Tanto a sobrevida livre de recorrência (HR=0,85; p=0,002) quanto o tempo de recorrência à distância (HR=0,69; p<0,0001) foram significativamente melhores com a QT neoadjuvante. Os dados representam um ganho de sobrevida livre de recorrência em 5 anos de 36% versus 30%.
Os autores da metanálise concluíram em pacientes com carcinoma de células não pequenas em estádio IB – IIIA e com doença potencialmente ressecável o uso de QT neoadjuvante melhorou significativamente a SG, tempo de recorrência à distancia e a sobrevida livre de recidiva. Os resultados do estudo sugerem que o uso de QT neoadjuvante se trata de uma opção sólida de tratamento para a maioria destes pacientes.
Referência:
NSCLC Meta-analysis Collaborative Group. Preoperative chemotherapy for non-small cell lung cancer: a systematic review and meta-analysis of individual participant data. Lancet 2014;Epub ahead of print, Feb 24.
Antônio Carlos Buzaid
Chefe Geral do Centro Oncológico Antônio Ermírio de Moraes – Beneficência Portuguesa de São Paulo
Raphael Brandão Moreira
Médico Residente de Oncologia Clínica do Centro Oncológico Antônio Ermírio de Moraes – Beneficência Portuguesa de São Paulo