Editores da série MOC: Antonio Carlos Buzaid - Fernando Cotait Maluf - Carlos H. Barrios

Editor-convidado: Caio Max S. Rocha Lima

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Atezolizumabe recebe aprovação de nova indicação para o tratamento do câncer de pulmão avançado

O cenário de tratamento de primeira linha do câncer de pulmão avançado tem sofrido grandes modificações nos últimos anos através da inclusão de novas opções terapêuticas. Na mais recente delas, o anticorpo monoclonal anti-PDL-1 atezolizumabe recebeu a aprovação de uma nova indicação para o tratamento de pacientes com câncer de pulmão avançado de células não pequenas e histologia não escamosa com ausência de mutações ativadoras de EGFR ou ALK em combinação com carboplatina e nab-paclitaxel. A nova indicação de tratamento foi concedida tanto pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), quanto pelo FDA (Food and Drug Administration) em um intervalo de aproximadamente uma semana.

A aprovação é baseada nos resultados atualizados do estudo de fase III IMpower130, que demonstraram uma redução relativa de 20% no risco de morte com o uso de atezolizumabe + carboplatina + nab-paclitaxel, em comparação ao uso de quimioterapia isolada (HR=0,80; IC de 95%: 0,64-0,99; p=0,0384, com medianas de 18,6 versus 13,9 meses). A sobrevida mediana livre de progressão de doença também foi prolongada com o uso do tratamento combinado de 6,5 para 7,2 meses (HR=0,75; IC de 95%: 0,63-0,91; p=0,0024).

O estudo clínico IMpower130 avaliou o tratamento de 724 pacientes câncer de pulmão avançado de células não pequenas e histologia não escamosa que foram randomizados em uma razão 2:1 entre receberem tratamento com atezolizumabe + carboplatina + nab-paclitaxel ou apenas carboplatina + nab-paclitaxel. O tratamento foi administrado por 6 ciclos, seguido de terapia de manutenção que consistia no uso de atezolizumabe isolado no primeiro grupo, ou a troca para pemetrexede ou melhor suporte clínico para aqueles que inicialmente receberam quimioterapia isolada. Pacientes com mutações ativadoras de EGFR ou ALK necessitavam de exposição prévia a terapias-alvo para inclusão no estudo. Os objetivos coprimários do estudo consistiam na análise de sobrevida livre de progressão e sobrevida global na população com ausência de mutações de EGFR/ALK, cujos resultados já demonstravam superioridade do regime combinado em uma publicação prévia. Assim como a taxa de resposta e duração mediana de resposta, que também foram superiores para os pacientes que receberam o regime combinado de atezolizumabe e quimioterapia (49,2% e 8,4 meses versus 31,9% e 6,1 meses).

A análise de segurança demonstrou resultados compatíveis com o uso das medicações de maneira isolada, com taxa de eventos adversos de graus ≥ 3 de 73,2% nos pacientes tratados com o regime combinado e 60,3% naqueles que receberam quimioterapia isolada, sendo neutropenia e anemia os eventos adversos mais comuns de graus ≥ 3.

A Dra. Carolina Kawamura Haddad comenta: “este estudo de fase III consolida o papel da quimio-imunoterapia como padrão-ouro na primeira linha de tratamento de CPCNP avançado e sem alterações em EGFR e ALK. A combinação de carboplatina, nab-paclitaxel e atezolizumabe pode ser usada para histologia não escamosa de modo geral, inclusive nos pacientes que apresentam função renal alterada”.

Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida

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