Editores da série MOC: Antonio Carlos Buzaid - Fernando Cotait Maluf - Carlos H. Barrios

Editor-convidado: Caio Max S. Rocha Lima

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Trastuzumabe deruxtecana recebe aprovação acelerada para o tratamento do câncer de pulmão nos EUA

O FDA (Food and Drug Administration) concedeu aprovação acelerada, em 11 de agosto de 2022, ao anticorpo conjugado à droga trastuzumabe deruxtecana para o tratamento de pacientes portadores de câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) irressecável ou metastático apresentando mutação de HER-2 e com exposição prévia a uma terapia sistêmica.

Os dados de eficácia que embasaram a indicação resultaram de 52 pacientes avaliados no estudo DESTINY-Lung02. Os pacientes receberam tratamento com trastuzumabe deruxtecana 5,4 mg/kg, via intravenosa a cada 3 semanas, após exposição a terapia sistêmica prévia. A idade mediana da população foi 58 anos, 69% eram mulheres, 79% eram de origem asiática, 50% eram não tabagistas, 96% apresentavam histologia adenocarcinoma e 33% possuíam metástases no sistema nervoso central estáveis ao momento da inclusão no estudo. Dentre as terapias prévias, todos os pacientes já haviam recebido quimioterapia baseada em platina e 71% haviam recebido imunoterapia, sendo que 44% dos pacientes haviam recebido ambas em combinação.

A taxa de resposta ao tratamento foi de 58%, com duração mediana de 8,7 meses. Na avaliação de segurança, 30% dos pacientes apresentaram efeitos adversos graves, sendo os mais prevalentes: doença intersticial pulmonar/pneumonite, trombocitopenia, dispneia, náuseas, derrame pleural e elevação de troponina. Os eventos adversos mais comuns em qualquer grau foram: náuseas, leucopenia, anemia, neutropenia, linfopenia, plaquetopenia, hipoalbuminemia, elevação de transaminases, fadiga, constipação, redução do apetite, elevação de fosfatase alcalina e alopecia.

A Dra. Suellen Castro, oncologista da BP –  A Beneficência Portuguesa de São Paulo, comenta que “dois estudos nesse cenário, o DESTINY-Lung01 e o DESTINY-Lung02, confirmam a mutação de HER-2 como um biomarcador acionável importante em CPCNP, para a qual até o momento não havia nenhuma terapia direcionada aprovada. Apesar de ser uma mutação rara, representa uma necessidade não atendida. Diante dos resultados desses dois estudos, torna-se inquestionável a atividade antitumoral do trastuzumabe deruxtecana em CPCNP irressecável/metastático previamente tratado, onde a eficácia foi observada nos diversos subgrupos, incluindo pacientes previamente tratados com inibidores de tirosina quinase para HER-2 e em pacientes com metástase cerebral e nos diferentes subtipos de mutação de HER-2, promovendo alta taxa de resposta com benefício duradouro, portanto consolidando o trastuzumabe deruxtecana como opção de tratamento para esses pacientes. Em relação aos eventos adversos, merece especial atenção o risco de pneumonite, uma vez que esta é uma importante toxicidade e deve ser monitorado e manejada de forma adequada e precoce”.

Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida

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