Editores da série MOC: Antonio Carlos Buzaid - Fernando Cotait Maluf - Carlos H. Barrios

Editor-convidado: Caio Max S. Rocha Lima

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Anticorpo conjugado a droga é aprovado para o tratamento do câncer de colo uterino avançado nos EUA

O FDA (Food and Drug Administration) aprovou em 20 de setembro de 2021 o anticorpo conjugado a droga tisotumabe vedotina para o tratamento de pacientes portadoras de câncer do colo uterino recidivado ou metastático após progressão a tratamento com quimioterapia. Trata-se de um anticorpo direcionado ao fator tecidual (tisotumabe) conjugado de maneira covalente a um agente antimicrotúbulo (auristatina).

Esta aprovação acelerada foi baseada nos resultados do estudo innovaTV 204, que avaliou a eficácia e segurança da droga no tratamento de 101 pacientes com câncer de colo uterino recidivado ou metastático previamente expostas a até 2 regimes quimioterápicos no cenário da doença avançada, incluindo ao menos um regime baseado em platina.

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A população incluída era composta majoritariamente de doença com histologia escamosa (68%) e 69% das pacientes já haviam recebido tratamento com bevacizumabe. A taxa de resposta, objetivo primário do estudo, foi 24%, com 7% de respostas completas, e a duração mediana do benefício de 8,3 meses. Os eventos adversos apresentados em maior frequência com o tratamento foram anemia, fadiga, linfopenia, náuseas, neuropatia periférica, alopecia, epistaxe, reações adversas oftalmológicas (conjuntivais), hemorragia, leucopenia, elevação de creatinina, xeroftalmia, alargamento de INR e TTPA, diarreia e rash. Em decorrência do risco de toxicidades oftalmológicas, a bula americana do medicamento recomenda a realização de avaliação oftalmológica antes do início do tratamento e previamente à administração de cada ciclo, além de medidas preventivas, tais como o uso de corticosteroides tópicos oculares, colírios com vasoconstritores e lubrificantes, além de tampões oculares resfriados durante a infusão da medicação.

A dose recomendada para o tratamento é tisotumabe vedotina 2 mg/Kg, via intravenosa, a cada 3 semanas até progressão de doença ou toxicidade limitante.

“Trata-se de aprovação de grande importância no cenário do câncer de colo uterino pós-progressão ao uso de platina, visto que não há tratamento padrão a partir da segunda linha. Os resultados são promissores, e o estudo de fase III InnovaTV 301 avaliará se a medicação é superior à quimioterapia de escolha do investigador em segunda ou terceira linha”, comenta Dra. Dra. Graziela Dal Molin, oncologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida

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