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Terapia-alvo é aprovada para o tratamento do carcinoma anaplásico de tireoide no Brasil
A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) anunciou em 14 de junho de 2021 a aprovação do uso combinado dos inibidores de BRAF e MEK dabrafenibe e trametinibe para o tratamento de pacientes portadores de carcinoma anaplásico de tireoide localmente avançado ou metastático com mutação de BRAF V600E.
O tratamento combinado foi avaliado neste cenário como parte de um estudo fase II avaliando as drogas em diferentes neoplasias primárias com mutação de BRAF V600E. Na publicação inicial dos dados, dentre a população recrutada, 16 pacientes apresentavam carcinoma anaplásico de tireoide. A maioria dos pacientes já havia recebido alguma forma de tratamento prévio, incluindo cirurgia e radioterapia em 88% e 81% dos casos, respectivamente, além de 38% deles apresentarem exposição prévia a quimioterapia.
A taxa de resposta à combinação de dabrafenibe e trametinibe foi de 69%, com 6% de respostas completas e 90% dos pacientes mantiveram o benefício por ao menos 1 ano. As taxas de sobrevida livre de progressão e sobrevida global aos 12 meses foram de 79% e 80%, respectivamente. Os eventos adversos mais frequentes nesta coorte foram fadiga (44%), febre (31%) e náuseas (31%).
“O carcinoma anaplásico de tireoide é um dos tumores sólidos mais agressivos, com prognóstico bastante reservado, tanto do ponto de vista de qualidade de vida como de sobrevida. O fato de termos, agora, uma terapia-alvo personalizada é um grande avanço no manejo desta doença. A avaliação de mutação de BRAF e o uso dos inibidores específicos devem ser consideradas condutas padrão para todo o paciente com carcinoma anaplásico de tireoide”, destaca o Dr. William William, oncologista e diretor médico da Oncologia Clínica e Hematologia do Centro Oncológico da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida