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Taletrectinibe é aprovado pelo FDA para câncer de pulmão não pequenas células ROS1-positivo
Em 11 de junho de 2025, o Food and Drug Administration (FDA) aprovou o uso de taletrectinibe, um inibidor de tirosina quinase (TKI), para o tratamento de pacientes adultos com câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) localmente avançado ou metastático com positividade para ROS1.
A aprovação foi baseada nos resultados combinados de dois estudos multicêntricos, abertos e de braço único: TRUST-I e TRUST-II, que avaliaram a eficácia de taletrectinibe tanto em pacientes virgens de tratamento com TKI para ROS1 quanto naqueles previamente tratados com este tipo de agente.
Nos estudos TRUST-I e TRUST-II, foram incluídos 270 pacientes no total. A maioria apresentava adenocarcinoma metastático e ECOG 1. Entre os pacientes virgens de TKI (N=157), idade mediana de 56 anos, cerca de 55% eram do sexo feminino, 52% nunca fumantes, 24% com metástases em sistema nervoso central (SNC) e 19% haviam recebido quimioterapia baseada em platina para a doença avançada previamente. Entre os pacientes previamente tratados com TKI (N=113), 69% eram não-tabagistas, 49% possuíam metástases em SNC, 37% haviam recebido quimioterapia baseada em platina para a doença avançada, 91%% haviam recebido crizotinibe e 9%, entrectinibe.
A taxa de resposta objetiva (TRO) em pacientes sem exposição prévia a TKIs foi de 90% no estudo TRUST-I e 85% no TRUST-II. A duração de resposta foi ≥ 12 meses em 72% dos respondedores no TRUST-I e em 63% no TRUST-II. Entre os pacientes que já haviam recebido um TKI para ROS1, a TRO foi de 52% no TRUST-I e 62% no TRUST-II. A duração de resposta foi ≥ 6 meses em 74% e 83% dos casos, respectivamente. Eventos adversos graves foram relatados em 31% dos pacientes que receberam taletrectinibe. Dentre esses, os mais frequentes (≥ 2% dos pacientes) incluíram pneumonia (7%), derrame pleural (4,7%) e hepatotoxicidade (2,4%). A descontinuação permanente de taletrectinibe foi necessária em 7% dos pacientes devido a eventos adversos, sendo os mais frequentes pneumonia, doença pulmonar intersticial e hepatotoxicidade. Reduções na dosagem, por sua vez, foram necessárias em 29% dos casos, predominantemente devido a aumentos nos níveis de transaminases (≥ 5%).
A dose recomendada é taletrectinibe 600 mg, via oral, uma vez ao dia, em jejum (pelo menos 2 horas antes e depois das refeições), até progressão da doença ou toxicidade limitante.
Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida