Editores da série MOC: Antonio Carlos Buzaid - Fernando Cotait Maluf - Carlos H. Barrios

Editor-convidado: Caio Max S. Rocha Lima

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Selpercatinibe recebe aprovação tumor-agnóstica no Brasil

Em 22 de janeiro de 2023, foi aprovado pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) o uso do inibidor de tirosina quinase selpercatinibe para o tratamento de pacientes com diagnóstico de tumores metastáticos com alteração do gene RET.

Destaca-se que dentre as indicações terapêuticas, existem algumas particularidades: no tratamento do câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) avançado, são considerados elegíveis pacientes com fusão do gene RET, sendo incluídas em bula a indicação tanto em primeira linha quanto nos pacientes previamente expostos a quimioterapia com platina; para pacientes com câncer de tireoide de tipo histológico medular, a elegibilidade também é baseada na fusão do gene RET, incluindo pacientes adultos e pediátricos (> 12 anos de idade) com tumores iodo-refratários previamente tratados com sorafenibe ou lenvatinibe; no caso do carcinoma medular da tireoide, incluindo pacientes adultos e pediátricos (> 12 anos de idade), a elegibilidade é baseada na mutação do gene RET; enquanto nos demais pacientes com tumores metastáticos sem opções de tratamento satisfatórias, a elegibilidade também é baseada na fusão do RET.

A eficácia de selpercatinibe foi avaliada em diferentes populações do estudo LIBRETTO-001. Para pacientes com CPCNP avançado com fusão do RET, a taxa de resposta foi de 61,5% (com 8,1% de respostas completas) e a duração mediana de resposta foi de 31,6 meses em pacientes previamente tratados com platina, enquanto atingiu taxa de resposta de 83% (com 7% de respostas completas) e duração mediana de resposta de 20,3 meses em pacientes sem tratamento prévio. Ressalta-se a atividade da droga em lesões cerebrais, com taxa de resposta intracraniana de 85%.

No carcinoma medular de tireoide com mutação do RET, a taxa de resposta foi de 78% (com 13% de respostas completas) e duração mediana de resposta de 45,3 meses nos pacientes previamente tratados com cabozantinibe ou vandetanibe, enquanto os mesmos desfechos foram de 83% (com 24% de respostas completas) e duração mediana de resposta não atingida em pacientes sem tratamento prévio com cabozantinibe ou vandetanibe.

O tratamento de pacientes com câncer de tireoide com fusão do RET previamente tratados demonstrou taxa de resposta de 85% (com 12% de respostas completas) e duração mediana de resposta de 26,7 meses, enquanto nos pacientes sem tratamento prévio, a taxa de resposta foi de 96% (com 21% de respostas completas) e duração mediana de resposta não atingida.

Na avaliação do tratamento de diferentes tumores avançados com fusão do RET, a taxa de resposta foi de 44,2% (com 5,8% de respostas completas) e duração mediana de resposta de 37,19 meses. Apesar dos números pequenos, merecem destaque a taxa de resposta de 53,8% em pacientes com câncer de pâncreas avançado (N=13), de 30,8% em tumores colorretais (N=13) e de 50% em tumores de glândulas salivares (N=4). Na avaliação de segurança, os eventos adversos graves ocorreram em 26,76% dos pacientes, sendo os mais comuns: pneumonia (6,57%), hemorragia (3,23%) e dispneia (3,11%). A descontinuação permanente devido a eventos adversos ocorreu em 4,18% dos pacientes.

Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida

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