Editores da série MOC: Antonio Carlos Buzaid - Fernando Cotait Maluf - Carlos H. Barrios

Editor-convidado: Caio Max S. Rocha Lima

Cabeça e Pescoço

Selpercatinibe recebe aprovação tradicional do FDA para o tratamento do câncer medular de tireoide

Em 27 de setembro de 2024, o FDA (Food and Drug Administration) concedeu aprovação tradicional para o uso de selpercatinibe no tratamento de pacientes adultos e pediátricos (≥ 2 anos de idade) com carcinoma medular da tireoide avançado ou metastático com mutação no gene RET. Selpercatinibe já possuía aprovação acelerada para essa indicação desde 2020 para pacientes ≥ 12 anos, sendo ampliada para pacientes pediátricos ≥ 2 anos em 29 de maio de 2024.

A aprovação foi baseada nos resultados do estudo LIBRETTO-531, que comparou a eficácia do selpercatinibe com o tratamento a escolha do médico, que incluía cabozantinibe ou vandetanibe, em pacientes com carcinoma medular de tireoide avançado com mutação de RET. Entre os pacientes incluídos, a mediana de idade era de 55 anos, 63% eram homens, 77% tinham doença metastática e 6 pacientes (2,1%) haviam recebido uma terapia sistêmica anterior. O status de mutação RET foi detectado em 90% dos pacientes usando NGS (89% amostras tumorais e 8% sangue/plasma) e 10% usando PCR. Dos pacientes inscritos no LIBRETTO-531, 63% tinham mutações RET M918T e 37% tinham outras mutações RET.

No grupo tratado com selpercatinibe, a sobrevida livre de progressão mediana não foi alcançada, enquanto no grupo controle foi de 16,8 meses. Selpercatinibe demonstrou uma redução significativa do risco de progressão ou morte (HR=0,28; IC de 95%: 0,17-0,48; p < 0,0001). A taxa de resposta foi superior com selpercatinibe (69% versus 39%). Além disso, análises pré-especificadas revelaram que os pacientes tratados com selpercatinibe relataram menos tempo com eventos adversos graves em comparação com os tratados com cabozantinibe ou vandetanibe. Os efeitos adversos mais comuns (frequência ≥ 25%) associados ao selpercatinibe incluíram: hipertensão, edema, boca seca, fadiga e diarreia. As anormalidades laboratoriais de graus ≥ 3 mais frequentes (≥ 5%) foram: linfopenia, elevação de ALT, neutropenia, aumento de fosfatase alcalina, creatinina elevada, hipocalcemia e aumento de AST.

Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida

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