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Resultados positivos no tratamento do câncer de pulmão localizado são anunciados
A farmacêutica AstraZeneca® anunciou em 09 de março de 2023, através de press release, resultados positivos de dois diferentes estudos clínicos avaliando o tratamento do câncer de pulmão localizado através de estratégias distintas.
Avaliado no cenário adjuvante pelo estudo de fase III ADAURA, o uso de osimertinibe já havia demonstrado benefício em sobrevida livre de doença em comparação a placebo após cirurgia em pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas em estádios IB a IIIA apresentando mutação de sensibilidade do EGFR. Nesta nota divulgada, a farmacêutica anunciou que o estudo também resultou em benefício significativo, tanto clinicamente quanto estatisticamente, em sobrevida global em favor do tratamento adjuvante com osimertinibe.
Já no cenário da neoadjuvância, o estudo de fase III AEGEAN avalia o tratamento neoadjuvante do câncer de pulmão de células não pequenas estádios IIA a IIIB com quimioterapia combinada ao agente anti-PD-L1 durvalumabe ou placebo, seguido de cirurgia e posteriormente até 12 ciclos de durvalumabe ou placebo adjuvantes. Além dos resultados positivos na taxa de resposta completa patológica, a nota à imprensa anunciou que o estudo foi positivo para sobrevida livre de eventos, com benefício clínica e estatisticamente significativo em favor do tratamento combinado com o imunoterápico.
Em ambos os comunicados, a empresa comunica que os dados devem ser apresentados em breve em congresso médico.
“Os novos dados do estudo ADAURA, validam osimertinibe como a primeira terapia-alvo a demonstrar ganho de sobrevida global no cenário adjuvante, consolidando essa medicação como tratamento padrão ouro, reforçando a importância do teste molecular com pesquisa para EGFR no CPCNP doença inicial e fortalecendo a investigação de novas terapias-alvo para esse cenário”, destaca a Dra. Suellen Castro, oncologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Quando questionada sobre os dados do estudo AEGEAN, a Dra. Suellen explica: “a incorporação de imunoterapia em pacientes com doença inicial vem sendo muito estudada nesses últimos anos. Diversos estudos demonstram que essa estratégia melhora os desfechos desses pacientes, com aumento do tempo livre de recorrência. Porém, até este momento, não sabemos qual é a melhor estratégia de fato, imunoterapia, monoterapia adjuvante, quimioterapia associada a imunoterapia neoadjuvante ou a combinação dessas estratégias. O estudo AEGEAN demonstra que durvalumabe associado a quimioterapia neoadjuvante seguido de durvalumabe adjuvante aumenta a sobrevida livre de eventos. Esses resultados preliminares são excitantes e podem apontar para uma eventual mudança na prática clínica em breve”.
Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida
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