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Olaparibe recebe nova indicação de tratamento aprovada pela ANVISA
O câncer de ovário é o oitavo tumor mais frequente dentre a população feminina brasileira, contribuindo com cerca de 6.000 novos casos anualmente. Frente a esse cenário, o tratamento com o inibidor da PARP olaparibe recebeu uma nova indicação de tratamento aprovada pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em 18 de fevereiro de 2019. A nova aprovação agora inclui o tratamento de manutenção nas pacientes com tumor de ovário de histologias serosa de alto grau ou endometrioide nos estágios III ou IV, portadoras de mutação do gene BRCA, que apresentaram algum grau de resposta ao tratamento sistêmico de primeira linha com quimioterapia baseada em platina.
Essa indicação é baseada nos dados do estudo fase III SOLO-1, que avaliou o tratamento de manutenção com olaparibe ou placebo em 391 pacientes com alguma resposta ao tratamento inicial com quimioterapia baseada em platina. Com um seguimento mediano de 41 meses, o objetivo primário do estudo foi atingido, demonstrando benefício estatisticamente significativo em sobrevida livre de progressão em favor do tratamento com o inibidor da PARP (HR=0,30; IC de 95%: 0,23-0,41; p<0,001). Destaca-se que o tempo mediano para a terapia sistêmica subsequente ou morte foi de 51,8 meses com olaparibe e 15,1 meses com o uso de placebo. A taxa de eventos adversos de graus ≥3 foi de 39% com o uso de olaparibe, sendo as principais toxicidades representadas pela anemia, neutropenia e fadiga.
De acordo com a Dra. Graziela Zibetti Dal Molin, oncologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, “o estudo SOLO-1 mostrou resultados surpreendentes em aumento de sobrevida livre de progressão, de aproximadamente 3 anos quando comparado ao placebo. Os resultados reforçam a importância da avaliação do status da mutação do gene BRCA ao diagnóstico das pacientes com câncer de ovário, independente de história familiar”.
“Trata-se de um estudo que muda a prática clínica e sugere a manutenção com olaparibe como tratamento padrão nas pacientes recém-diagnosticadas com câncer de ovário avançado de alto grau e presença de mutação do gene BRCA após resposta a quimioterapia baseada em platina”, conclui.
Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida
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