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Novo regime terapêutico aprovado para o tratamento do câncer colorretal avançado no Brasil
A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou em 30 de maio de 2022 o uso de cetuximabe em combinação a encorafenibe para o tratamento de pacientes com câncer colorretal metastático com mutação de BRAF V600E previamente tratados com um regime sistêmico.
Este regime foi avaliado no estudo BEACON CCR, que randomizou 665 pacientes entre cetuximabe combinado a quimioterapia (regime FOLFIRI ou irinotecano), combinado a encorafenibe ou combinado a encorafenibe e binimetinibe.
O objetivo primário do estudo foi a avaliação da sobrevida global comparando o regime triplo ao braço com quimioterapia, enquanto a comparação entre o regime duplo e o braço quimioterápico foi um dos objetivos secundários. A taxa de resposta foi 1,8% no braço controle, 19,5% no braço duplo e 26,8 no regime triplo. A sobrevida global mediana foi 9,3 meses em ambos os braços duplo (HR=0,61; IC de 95%: 0,48-0,71) e triplo (HR=0,60; IC de 95%: 0,47-0,75), enquanto foi 5,9 meses no braço de quimioterapia. A taxa de eventos adversos de graus ≥ 3 foi 65,8%, 57,4% e 64,2% para os braços triplo, duplo e quimioterapia, respectivamente. Os eventos adversos mais comuns associados ao regime aprovado utilizando encorafenibe e cetuximabe foram fadiga, náusea, diarreia, dermatite acneiforme, dor abdominal, redução do apetite, artralgia e rash cutâneo. As doses de tratamento utilizadas no estudo foram: encorafenibe 300 mg, administrado por via oral, diariamente, e cetuximabe 400 mg/m2, intravenoso, como dose inicial, seguido de 250 mg/m2 semanalmente.
Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida