Editores da série MOC: Antonio Carlos Buzaid - Fernando Cotait Maluf - Carlos H. Barrios

Editor-convidado: Caio Max S. Rocha Lima

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Novo regime combinado de quimioterapia e imunoterapia é aprovado no tratamento do câncer de pulmão avançado nos EUA

Os inibidores de checkpoint imunes fazem parte do tratamento do câncer de pulmão em diferentes cenários, desde o uso como terapia de consolidação após o tratamento da doença localmente avançada até sua aplicação nos regimes de resgate em pacientes com doença avançada resistente a quimioterapia. Em maio de 2020, o FDA (Food and Drug Administration) aprovou uma nova indicação de tratamento com essa classe de drogas com a regulamentação do regime combinado de quimioterapia com os anticorpos monoclonais nivolumabe e ipilimumabe na primeira linha do câncer de pulmão avançado, conforme os resultados do estudo de fase III CheckMate 9LA.

O estudo CheckMate 9LA randomizou 719 pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas cujos tumores não apresentavam alterações nos genes EGFR ou ALK para receberem dois ciclos de quimioterapia baseada em platina (cisplatina ou carboplatina combinadas a paclitaxel ou pemetrexede) associada a nivolumabe e ipilimumabe ou então o regime padrão de quimioterapia baseada em platina por quatro ciclos. As doses de tratamento no braço experimental foram nivolumabe, 360 mg, a cada 3 semanas, associado a ipilimumabe, 1 mg/kg, a cada 6 semanas, ambos administradas por 2 anos na ausência de progressão de doença. Os pacientes do braço controle eram elegíveis para tratamento de manutenção com pemetrexede. Aproximadamente um terço dos pacientes incluídos no estudo apresentavam tumores de histologia escamosa, mais da metade da população (57%) apresentava expressão de PDL-1 ≥ 1%, e 17% dos pacientes apresentavam metástases no sistema nervoso central. Como resultados, o tratamento com o regime combinado foi associado a benefício em sobrevida global em comparação ao braço padrão, com medianas de 14,1 e 10,7 meses, respectivamente (HR=0,69; IC de 96,71%: 0,55-0,87; p=0,0006). A taxa de resposta foi de 38% no braço experimental e 25% nos pacientes que receberam quimioterapia, com duração mediana superior nos pacientes do braço experimental (10,0 versus 5,1 meses).

Os eventos adversos mais comuns com o regime de tratamento combinado foram fadiga, dor musculoesquelética, náuseas, diarreia, rash, redução do apetite, constipação e prurido.

Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida

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