Editores da série MOC: Antonio Carlos Buzaid - Fernando Cotait Maluf - Carlos H. Barrios

Editor-convidado: Caio Max S. Rocha Lima

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Novo regime com combo de imunoterapia aprovado para o tratamento do câncer de pulmão nos EUA

Em 10 de novembro de 2022, o FDA (Food and Drug Administration) aprovou a combinação de durvalumabe com tremelimumabe associados a quimioterapia baseada em platina para o tratamento de primeira linha de pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas metastático sem alterações de EGFR ou ALK.

A eficácia e segurança do regime foram avaliadas no estudo de fase III POSEIDON que randomizou pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas metastático sem tratamento sistêmico prévio a uma razão 1:1:1 entre: tremelimumabe + durvalumabe + quimioterapia com dupla de platina por 4 ciclos seguidos de manutenção com durvalumabe e quimioterapia (braço 1), durvalumabe + quimioterapia com dupla de platina por 4 ciclos seguidos de manutenção com durvalumabe e quimioterapia (braço 2), ou quimioterapia com dupla de platina por 6 ciclos seguidos de manutenção com quimioterapia (braço 3).

A aprovação foi baseada na análise comparativa de 675 pacientes randomizados entre os braços 1 e 3. A idade mediana da população foi 63 anos (46% possuíam ≥ 65 anos), 79% possuíam histórico de tabagismo ativo ou prévio, 63% apresentavam histologia não escamosa e 29% possuíam expressão de PD-L1 ≥ 50%.

O regime com os imunoterápicos demonstrou benefícios em sobrevida global (14,0 versus 11,7 meses – HR=0,77; IC de 95%: 0,65-0,92; p=0,00304), sobrevida livre de progressão (6,2 versus 4,8 meses – HR=0,72; IC de 95%: 0,60-0,86; p=0,00031), taxa de resposta (39% versus 24%) e duração de resposta (9,5 versus 5,1 meses). A taxa de eventos adversos sérios no braço de durvalumabe e tremelimumabe foi 44%, incluindo 4,2% de eventos fatais, e a taxa de descontinuação do tratamento devido eventos adversos foi 17%. Os eventos adversos mais frequentes em qualquer grau foram: náuseas, fadiga, dor musculoesquelética, redução do apetite, rash cutâneo e diarreia.

O estudo POSEIDON confirma o benefício do duplo bloqueio de imunoterapia associado a quimioterapia baseado em platina, em pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas avançado/metastático, principalmente na população com expressão de PD-L1 < 1%, que é uma população mais difícil de tratar. Porém, este estudo ainda não responde qual a população que possui maior benefício dessa estratégia versus quimioterapia associado a mono-imunoterapia, qual seria o marcador ideal para definir melhor a escolha entre os tratamentos e tampouco o tempo ideal de duração de tratamento da combinação de dupla imunoterapia. Com isso, aguardamos o amadurecimento dos dados a longo prazo, de todos os estudos nesse cenário, e dos novos estudos em andamento afim de responder de forma mais assertiva tais questões. Após a aprovação pelo FDA, essa estratégia entra como opção de tratamento nesse cenário, porém com as ressalvas acima descritas”, destaca a Dra. Suellen Castro, oncologista da BP, A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida

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