Editores da série MOC: Antonio Carlos Buzaid - Fernando Cotait Maluf - Carlos H. Barrios

Editor-convidado: Caio Max S. Rocha Lima

Notícias

Novo medicamento nos EUA para o tratamento do neuroblastoma

No dia 13 de dezembro, foi aprovado pelo FDA (Food and Drug Administration) o uso de eflornitina para o tratamento de pacientes com neuroblastoma de risco alto que apresentaram resposta a tratamento prévio multimodal com múltiplos agentes, incluindo imunoterapia anti-GD2. Trata-se da primeira aprovação da agência para uma terapia destinada ao tratamento adjuvante de pacientes pediátricos com neuroblastoma de risco alto.

A eficácia foi avaliada em um estudo controlado externamente, comparando resultados do Estudo 3b (braço investigativo) e do Estudo ANBL0032 (braço de controle externo derivado de ensaios clínicos). No Estudo 3b, 105 pacientes com neuroblastoma de risco alto receberam eflornitina até progressão da doença, toxicidade limitante ou a conclusão de 2 anos de tratamento, com desenho para avaliação da sobrevida livre de eventos (SLE) em comparação aos resultados históricos do Estudo ANBL0032. O braço de controle externo foi derivado de 1.241 pacientes no braço experimental do Estudo ANBL0032, que randomizou pacientes com neuroblastoma de alto risco entre dinutuximabe, fator estimulador de colônias de granulócitos-macrófagos, interleucina-2 e ácido cis-retinóico ou ácido cis-retinóico isolado. Para a comparação foram incluídos 90 pacientes do estudo experimental e 270 pacientes do estudo controle que possuíam com dados completos para variáveis clínicas especificadas usando escores de propensão.

Na análise primária de SLE, o tratamento com eflornitina reduziu o risco de eventos em 52% em comparação ao braço controle (HR=0,48; IC de 95%: 0,27-0,85) e na avaliação de sobrevida global (SG), o benefício em favor de eflornitina foi ainda maior (HR=0,32; IC de 95%: 0,15-0,70). Devido à incerteza na estimativa do efeito do tratamento associada ao desenho do estudo controlado externamente, análises suplementares em subpopulações e usando métodos estatísticos alternativos foram realizadas, com HR para SLE variando entre 0,43 (IC de 95%: 0,23-0,79) a 0,59 (IC de 95%: 0,28-1,27), e o HR para SG variou de 0,29 (IC de 95%: 0,11-0,72) a 0,45 (IC de 95%: 0,21-0,98). Na avaliação de segurança, os eventos adversos mais comuns (≥5%) nos pacientes tratados com eflornitina no estudo 3b foram: otite média, diarreia, tosse, sinusite, pneumonia, infecção do trato respiratório superior, conjuntivite, vômito, febre, rinite alérgica, diminuição de neutrófilos, aumento de enzimas hepáticas, perda auditiva, infecção cutânea e infecção do trato urinário.

Por Dr. Daniel Vagas P. de Almeida

 

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