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Novo imunoterápico aprovado para o tratamento do CEC de esôfago avançado nos EUA
O FDA (Food and Drug Administration) concedeu, no dia 14 de março, aprovação ao anticorpo monoclonal anti-PD-1 tislelizumabe como monoterapia para o tratamento de pacientes com carcinoma espinocelular (CEC) de esôfago irressecável ou metastático, após exposição prévia quimioterapia sistêmica prévia não associada a outro inibidor de PD-1/PD-L1.
Essa aprovação fundamenta-se no estudo de fase III RATIONALE 302, que randomizou 512 pacientes para a avaliação da eficácia e segurança de tislelizumabe em comparação com a quimioterapia à escolha do investigador (irinotecano, docetaxel ou paclitaxel) como terapia de segunda linha para CEC de esôfago avançado, localmente avançado ou metastático. A idade mediana da população foi 62 anos, cerca de 38% possuíam ≥ 65 anos de idade, a expressão de PD-L1 (avaliada pela positividade da área tumoral) foi ≥ 10% em cerca de um quarto dos pacientes e aproximadamente 75% dos pacientes possuíam história de tabagismo atual ou prévio.
O RATIONALE 302 alcançou seu objetivo primário, demonstrando um benefício de sobrevida global estatisticamente significativo em favor de tislelizumabe em comparação a quimioterapia, com medianas de 8,6 versus 6,3 meses (HR=0,70; IC de 95%: 0,57-0,85; p=0,0001). A taxa de resposta também foi superior com o imunoterápico (20,3% versus 9,8%), bem como a duração mediana de resposta (7,1 versus 4,0 meses). Na avaliação de segurança, a taxa de eventos adversos relacionados ao tratamento foi inferior com o uso de tislelizumabe (73,3% versus93,8%), destacando-se como eventos adversos mais frequentes: hiperglicemia, anemia, linfopenia, hiponatremia, hipoalbuminemia, elevação da fosfatase alcalina, fadiga, elevação de transaminases, dor musculoesquelética, perda de peso, e tosse.
Adicionalmente, o FDA está revisando outras aplicações para tislelizumabe como tratamento de primeira linha para CEC de esôfago inoperável, recorrente, localmente avançado ou metastático e para carcinoma gástrico ou de junção gastroesofágica avançado inoperável ou metastático.
Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida