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Novas notícias destacam avanços promissores no tratamento do câncer de mama metastático
Resultados de duas análises interinas de estudos clínicos de fase III foram divulgados recentemente, trazendo novas perspectivas para pacientes com câncer de mama metastático, incluindo o manejo de tumores HER-2 positivos e triplo-negativos. Conforme divulgado em notas à imprensa, os estudos DESTINY-Breast09 e ASCENT-04/KEYNOTE-D19 demonstraram benefícios clínicos relevantes com combinações terapêuticas inovadoras na primeira linha de tratamento.
No estudo DESTINY-Breast09, as farmacêuticas AstraZeneca® e Daiichi Sankyo® avaliaram a eficácia de trastuzumabe deruxtecana em combinação com pertuzumabe, comparado ao atual padrão de cuidado com taxano, trastuzumabe e pertuzumabe em pacientes com câncer de mama metastático HER-2 positivo. A análise interina dos resultados mostrou um benefício estatisticamente significativo e clinicamente relevante na sobrevida livre de progressão com o novo regime, benefício observado de forma consistente entre todos os subgrupos de pacientes analisados. Uma tendência inicial favorável em sobrevida global também foi observada, ainda que os dados sejam imaturos. O perfil de segurança da combinação esteve de acordo com o que já é conhecido para cada agente isoladamente.
Já o estudo ASCENT-04/KEYNOTE-D19, conduzido pela farmacêutica Gilead Sciences®, investigou a combinação de sacituzumabe govitecana com pembrolizumabe como primeira linha de tratamento para pacientes com câncer de mama triplo-negativo metastático PD-L1 positivo (CPS ≥ 10). O regime experimental superou o padrão atual (pembrolizumabe com quimioterapia) ao apresentar um benefício significativo na sobrevida livre de progressão e uma tendência precoce de benefício em sobrevida global. O perfil de segurança também permaneceu compatível com aquele previamente descrito para cada fármaco individualmente.
Ambas as abordagens destacam o potencial transformador de estratégias que combinam anticorpos conjugados a drogas com terapias-alvo ou imunoterápicos, sugerindo um novo paradigma terapêutico para cenários oncológicos que historicamente apresentaram opções limitadas e prognóstico reservado. Os dados completos dos dois estudos serão apresentados em eventos científicos em breve e submetidos às agências regulatórias para avaliação de novas indicações.
Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida