Editores da série MOC: Antonio Carlos Buzaid - Fernando Cotait Maluf - Carlos H. Barrios

Editor-convidado: Caio Max S. Rocha Lima

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Nova terapia-alvo aprovada para o tratamento do câncer de tireoide avançado nos EUA

As alterações no gene RET estão presentes em cerca de 60% dos pacientes portadores de carcinoma medular de tireoide e aproximadamente 10% daqueles com tumores bem diferenciados da glândula. Como uma nova opção de tratamento para essa população, o FDA (Food and Drug Administration) aprovou em 1º de dezembro de 2020 o uso de pralsetinibe, um inibidor de tirosina do RET, em pacientes com carcinoma medular de tireoide com mutação do gene RET que necessitem de tratamento sistêmico e também em pacientes com carcinoma de tireoide bem diferenciado avançado Iodo refratário com fusão do RET.

A eficácia do tratamento foi avaliada através do estudo de multicoortes ARROW. Dentre os 55 pacientes com carcinoma medular de tireoide previamente tratados com um inibidor de tirosina quinase (cabozantinibe ou vandetanibe), a taxa de resposta a pralsetinibe foi 60%, com duração igual ou superior a 6 meses em 79% deles. Já naqueles sem tratamento sistêmico prévio (n=29), a taxa de resposta foi 66%, com duração igual ou maior a 6 meses em 84%. A coorte de pacientes com tumores bem diferenciados de tireoide Iodo refratário avaliou a eficácia de pralsetinibe em nove pacientes, com taxa de resposta de 89%, sendo que a totalidade deles apresentou duração de resposta maior ou igual a 6 meses.

No tocante à segurança, a maioria dos eventos adversos apresentados foi leve (grau 1 ou 2), sendo os mais comuns: constipação, hipertensão arterial, fadiga, dor musculoesquelética e diarreia.

Como destaca o Dr. William William, oncologista e diretor médico da Oncologia Clínica e Hematologia do Centro Oncológico da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, “essa aprovação é um exemplo do grande avanço no desenvolvimento de drogas-alvo para alterações do gene RET em vários tipos tumorais. Ela corrobora também o princípio de que os tumores de tireoide bem diferenciados têm sua carcinogênese determinada por mutações em “driver genes” (como TRK, BRAF, ALK e RAS), que precisam ser avaliados sistematicamente. Os resultados da determinação do perfil molecular podem influenciar fortemente a escolha de tratamento a depender do contexto clínico.”

Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida

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