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Ivosidenibe é aprovado pela ANVISA para o tratamento da leucemia mieloide aguda com mutação IDH1 R132
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) aprovou em de 18 agosto de 2025 o uso de ivosidenibe (Tibsovo®), um inibidor oral seletivo da enzima isocitrato desidrogenase 1 (IDH1), para o tratamento de pacientes adultos com leucemia mieloide aguda (LMA) com mutação IDH1 R132, em dois contextos clínicos distintos: em combinação com azacitidina para pacientes recém-diagnosticados inelegíveis para quimioterapia intensiva; e como monoterapia no cenário de doença recidivada ou refratária.
A aprovação no cenário de primeira linha deriva dos dados de eficácia e segurança do estudo AG120-C-009, que randomizou 146 pacientes com LMA sem tratamento sistêmico prévio entre ivosidenibe ou placebo combinados a azacitidina. A idade mediana dos pacientes tratados com ivosidenibe foi de 76 anos, 58% eram do sexo masculino e tinham um status de ECOG de 0 (19%), 1 (44%) ou 2 (36%). Os pacientes apresentavam risco citogenético favorável (4%), intermediário (67%) ou desfavorável (26%). O uso de ivosidenibe reduziu em 67% o risco de eventos (HR=0,33; IC de 95%: 0,16-0,69; p=0,0011). Houve também uma redução de 56% no risco de morte com o uso de ivosidenibe (HR=0,44; IC de 95%: 0,27-0,73; p=0,0005). A taxa de respostas completas (47,2% versus 14,9%, p<0,0001) e de respostas objetivas (62,5% versus 18,9%, p<0,0001) foram superiores com o uso de ivosidenibe.
No estudo AG120-C-001, sobre a doença recidivada, 174 adultos receberam ivosidenibe em monoterapia. A mediana de idade era de 67 anos, 51% eram homens, 59% apresentavam mutação R132C do gene IDH1. O risco citogenético intermediário foi observado em 60% dos casos, e 25% já haviam recebido transplante de medula óssea. Em relação a eficácia, a taxa de resposta completa foi de 24,7%. Os eventos adversos mais frequentes no tratamento com ivosidenibe foram: vômitos (40%), neutropenia (31%), trombocitopenia (28%), prolongamento de QT no eletrocardiograma (21%) e insônia (19%). Os eventos adversos graves mais comuns foram: síndrome de diferenciação (8%) e trombocitopenia (3%).
Destaca-se que em ambos os contextos é obrigatória a confirmação da mutação IDH1 R132 por meio de teste de diagnóstico molecular validado antes do início do tratamento.
Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida