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Isatuximabe é aprovado para o tratamento de primeira linha do mieloma múltiplo nos EUA
Em 20 de setembro de 2024, o FDA (Food and Drug Administration) aprovou o uso de isatuximabe em combinação com bortezomibe, lenalidomida e dexametasona para o tratamento de pacientes adultos com mieloma múltiplo recém-diagnosticado não elegíveis para transplante autólogo de células-tronco (TACT).
Esta combinação foi avaliada no estudo de fase III IMROZ, que randomizou 446 pacientes com mieloma múltiplo recém-diagnosticado, não candidatos a TACT, para receber isatuximabe em combinação com bortezomibe, lenalidomida e dexametasona (Isa-VRd) ou apenas bortezomibe, lenalidomida e dexametasona (VRd).
Acerca da população incluída, a idade mediana dos pacientes foi 72 anos (intervalo 55-80 anos), 28% dos pacientes tinham ≥ 75 anos. Sobre a função renal basal, 29% dos pacientes possuíam insuficiência renal (TFG < 60 mL/min/1,73m2). A distribuição entre os estádios do Sistema Internacional de Estadiamento Revisado (R-ISS) no momento da entrada no estudo foi estádio I em 23%, II em 64% e III em 10% dos pacientes. No geral, 17% dos pacientes apresentavam anomalias cromossômicas de risco alto, sendo que del(17p), t(4;14) e t(14;16) estavam presentes em 5%, 9% e 2% dos pacientes, respectivamente. Além disso, 1q21+ estava presente em 37% dos pacientes.
Os resultados demonstraram que o uso do Isa-VRd reduziu em 40% o risco de progressão da doença ou morte em comparação ao VRd (HR = 0,60; IC de 95%: 0,44-0,81; p = 0,0009). A mediana de SLP no grupo Isa-VRd ainda não foi alcançada, enquanto no grupo VRd foi de 54,3 meses. A taxa de resposta foi 91% com Isa-VRd e 92% com VRd, entretanto a taxa de respostas completas ou melhores foi de 75% e 64% nos mesmos braços (p=0,0160), respectivamente. A sobrevida global mediana não foi alcançada para nenhum dos grupos de tratamento. Com um seguimento mediano de 60 meses, 26% dos pacientes no grupo Isa-VRd e 32,6% dos pacientes no grupo VRd haviam falecido (HR=0,78; IC de 95%: 0,55-1,1). Os eventos adversos mais comuns (≥ 20%) associados ao uso de isatuximabe incluem: infecção do trato respiratório superior, diarreia, fadiga, neuropatia periférica sensitiva, pneumonia, dor musculoesquelética, catarata, constipação, edema periférico, erupção cutânea, reação relacionada à infusão, insônia e infecção por COVID-19.
Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida