Editores da série MOC: Antonio Carlos Buzaid - Fernando Cotait Maluf - Carlos H. Barrios

Editor-convidado: Caio Max S. Rocha Lima

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Imunoterapia combinada a quimioterapia recebe nova aprovação nos Estados Unidos

O uso do imunoterápico pembrolizumabe combinado com quimioterapia baseada em platina recebeu aprovação da agência regulatória norte-americana Food and Drug Administration (FDA) no dia 30 de outubro de 2018 para tratamento dos pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas de histologia escamosa.

A aprovação da terapia combinada é baseada no estudo randomizado de fase III KEYNOTE-407, que avaliou 559 pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas avançado ou metastático de histologia escamosa, sem tratamento prévio. Os pacientes receberam como primeiro tratamento sistêmico uma dupla de quimioterápicos baseado em platina e taxano (carboplatina + paclitaxel ou carboplatina + nab-paclitaxel) combinada a pembrolizumabe ou placebo. Como desfechos, o estudo apresentou resultados positivos em seus objetivos principais, demonstrando benefício estatisticamente significativo em sobrevida global (HR=0,64; IC de 95%: 0,49-0,85; p<0,001) e sobrevida livre de progressão (HR=0,56; IC de 95%: 0,45-0,7; p<0,001), ambos em favor do grupo de pacientes que recebeu pembrolizumabe combinado a quimioterapia.

Noticia 49 - Fig 01

Em relação à segurança, a taxa de eventos adversos de graus ≥3 foi semelhante entre os grupos de tratamento (69,8% versus 68,2%), destacando-se anemia, alopecia e neutropenia como os mais prevalentes.

Este estudo representa um grande avanço na oncologia torácica, pois muda a prática clínica e estabelece um novo padrão-ouro no tratamento do câncer de pulmão de células não pequenas de histologia escamosa. Mais uma vez, fica evidente que o uso precoce da imunoterapia logo na primeira linha, combinado com a quimioterapia, traz um benefício inédito para esta população de pacientes, independente da expressão do PD-L1, seguindo a mesma tendência dos adenocarcinomas e carcinomas de células pequenas. Além do mais, a alta eficácia e o perfil de toxicidade favorável se traduzem em melhor qualidade de vida, conforme os desfechos relatados pelos pacientes apresentados no congresso da ESMO 2018”, ressalta a Dra. Carolina Kawamura Haddad, oncologista clínica da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida

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