Editores da série MOC: Antonio Carlos Buzaid - Fernando Cotait Maluf - Carlos H. Barrios

Editor-convidado: Caio Max S. Rocha Lima

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Imunoterapia aprovada para o tratamento do câncer de pulmão de células pequenas no Brasil

O câncer de pulmão representa o segundo tumor de maior prevalência na população brasileira (excluindo-se as neoplasias de pele não melanoma), sendo responsável por 31.270 novos casos no ano de 2018, com 26.498 mortes no mesmo período. Dentre os subtipos histológicos dessa neoplasia, o carcinoma de células pequenas é responsável por aproximadamente 10-15% dos casos, entretanto esse subtipo é associado a um prognóstico menos favorável, com taxa de sobrevida em 5 anos inferior a 10%, principalmente no cenário de doença extensa. Diante desse contexto desfavorável, no dia 03 de junho de 2019, a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou o uso do inibidor de anti-PDL-1 atezolizumabe para o tratamento do câncer de pulmão de células pequenas com doença extensa em associação a quimioterapia baseada em platina.

Esse tratamento combinado é baseado nos dados do estudo fase III IMpower133, que randomizou 403 pacientes com câncer de pulmão de células pequenas doença extensa para receberem tratamento de primeira linha com carboplatina e etoposídeo associados a atezolizumabe ou o mesmo esquema quimioterápico associado a placebo por 4 ciclos, posteriormente o tratamento foi mantido com atezolizumabe ou placebo até toxicidade limitante ou progressão de doença. Com um seguimento mediano de 13,9 meses, o tratamento combinado de quimioterapia e imunoterapia promoveu um benefício estatisticamente significativo em sobrevida global, reduzindo em 30% o risco relativo de morte quando comparado ao tratamento quimioterápico isolado (medianas de 12,3 versus 10,3 meses; HR=0,70; IC de 95%: 0,54-0,91; p=0,007). A sobrevida livre de progressão também foi superior no tratamento combinado (HR=0,77; IC de 95%: 0,62-0,96; p=0,02). No tocante a segurança, a taxa de eventos adversos de graus igual ou maior a 3 foi de 56,6% no tratamento combinado, e de 56,1% no tratamento quimioterápico isolado, destacando-se toxicidade hematológica, fadiga, náuseas e alopecia como as toxicidades mais frequentes.

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Conforme destaca o Dr. William William, oncologista e diretor médico da Oncologia Clínica e Hematologia do Centro Oncológico da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, “este foi o primeiro estudo em décadas a demonstrar aumento de sobrevida com estratégias novas de tratamento sistêmico para o câncer de pulmão extenso de células pequenas. A combinação de atezolizumabe, carboplatina e etoposídeo representa o novo padrão de tratamento para esta situação, representando um avanço importante para esta população de pacientes”.

Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida

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