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FDA aprova combinação de daratumumabe e hialuronidase para o tratamento de primeira linha do mieloma múltiplo
Em 30 de julho de 2024, o Food and Drug Administration (FDA) aprovou a combinação de daratumumabe e hialuronidase com bortezomibe, lenalidomida e dexametasona para o tratamento de indução e consolidação de pacientes com diagnóstico de mieloma múltiplo recém-diagnosticado, elegíveis para transplante autólogo de células-tronco (TACT).
A eficácia do medicamento foi avaliada no estudo PERSEUS, que incluiu 709 pacientes com mieloma múltiplo recém-diagnosticado elegíveis para TACT, sendo 355 randomizados para o grupo que recebeu daratumumabe e hialuronidase com bortezomibe, lenalidomida e dexametasona (D-VRd) e 354 para o grupo que recebeu apenas bortezomibe, lenalidomida e dexametasona (VRd). Dentre a população incluída no estudo, a idade mediana foi de 61,0 anos no grupo D-VRd e 59,0 anos no grupo VRd. A maioria dos pacientes era homem, representando 59,4% no grupo D-VRd e 57,9% no grupo VRd. O status de performance ECOG variou, com a maioria dos pacientes apresentando um escore de 0 ou 1. Os tipos de doença mensurável incluíram principalmente IgG, com 57,5% no grupo D-VRd e 52,3% no grupo VRd, seguidos por IgA. Em relação ao estágio da doença ISS, a distribuição foi similar entre os grupos, com uma predominância de pacientes nos estágios I e II. Aproximadamente 21% dos pacientes em ambos os grupos apresentavam alto risco citogenético.
Como resultados, o estudo PERSEUS demonstrou benefício em sobrevida livre de progressão em favor do braço D-VRd, com medianas não alcançadas em ambos os braços (HR=0,40; IC de 95%: 0,29-0,57; p < 0,0001). Além da sobrevida livre de progressão, o estudo PERSEUS avaliou outros desfechos de eficácia, incluindo a taxa de resposta ao tratamento e status de doença residual mínima (DRM). A taxa de resposta global foi de 96,6% no grupo D-VRd comparado a 93,8% no grupo VRd. Resposta completa foi alcançada por 18,6% dos pacientes no grupo D-VRd e 25,4% no grupo VRd. A resposta parcial muito boa foi de 7,3% no grupo D-VRd contra 19,2% no grupo VRd. A resposta parcial foi observada em 1,4% no grupo D-VRd e 4,5% no grupo VRd. Em termos de DRM, 75,2% dos pacientes no grupo D-VRd alcançaram status DRM-negativo, comparado a 47,5% no grupo VRd. Quando avaliado a um limiar de sensibilidade de 10-6, 65,1% dos pacientes no grupo D-VRd foram DRM-negativos contra 32,2% no grupo VRd. Além disso, 64,8% dos pacientes no grupo D-VRd mantiveram a negatividade para DRM sustentada por pelo menos 12 meses, em comparação com 29,7% no grupo VRd. Os eventos adversos mais comuns (≥ 20%) com o regime D-VRd foram: neuropatia periférica, fadiga, edema, pirexia, infecção do trato respiratório superior, constipação, diarreia, dor musculoesquelética, insônia e rash.
Por Dr. Daniel Vargas P. de Almeida